Em 2023, 13 anos depois de ter abandonado o Benfica rumo ao Real Madrid, Ángel Di María regressou ao clube que lhe abriu as portas do futebol europeu em 2007. Em entrevista ao portal argentino Infobae, o extremo de 37 anos admitiu que rejeitou propostas bem mais vantajosas financeiramente para voltar a jogar no Estádio da Luz: «A verdade é que me chegou uma oferta da Arábia e eu disse que não. Volta a chegar uma oferta com o dobro, do mesmo clube. Volto a dizer que não. Não tenho agente, é um amigo que gere essas coisas. Aí ele disse-me: 'Temos de decidir alguma coisa porque eles não sabem que não queres jogar lá'.»
Face à insistência saudita, Di María, mesmo com pouca disposição para aceitar a proposta, decide apresentar um número teoricamente inalcançável para que o interesse caísse por terra, mas o impensável aconteceu: «Eu disse 'Se nos derem isto vou. E deram!' A minha mulher disse-me 'Como é que eles te vão dar isso, idiota?'. Bem, o idiota tinha razão.»
Com uma oferta astronómica em mãos, o extremo argentino consultou a família e o desfecho foi pintado a vermelho e branco: «Tive muitíssimas ofertas, com números que nunca na minha vida tinha visto num papel. No final, deixei-as passar. Eu e a minha família dissemos 'Não, vamos para Lisboa, queremos voltar ao Benfica'. Se chegar de novo essa oferta, não tenho vontade de jogar num local desses no final da carreira.»
O extremo argentino confessa que Rui Costa pesou na decisão de regressar à Luz, que podia ter sido tomada um ano antes: «Joguei com ele, então temos comunicação permanente. Ele queria que viesse e eu tinha esta ilusão, por isso voltei. Tive a possibilidade no ano anterior (2022/2023), quando estive na Juventus, mas queria conhecer a liga italiana.»
«É a minha primeira casa na Europa, o lugar que me abriu as portas pela primeira vez. Vim com a minha família, de menino com quase 18 anos. Passei esses três primeiros anos incríveis cá. Tinha muita vontade de ter a possibilidade de voltar algum dia e tive», explicou o extremo argentino, visivelmente feliz por voltar a representar as águias.
Di María explicou ainda as particularidades dos adeptos encarnados: «Nos dois primeiros anos estive sempre no banco e quando entrava parecia que entrava o Messi no Monumental. Não entendia porquê. Nunca entendi o porquê, mas as pessoas tinham esse carinho desde o dia que cheguei. Eles sentiram que eu arranquei daqui e explodi.»