Bruno Lage fez a antevisão ao duelo do Benfica com o Mónaco, a contar para a 1.ª mão do play-off da UEFA Champions League.

- Que Mónaco espera esta quarta-feira? 

- Espero a mesma equipa, muito competente, forte fisicamente, com enorme qualidade técnica, com muitos jovens e uma dinâmica interessante na frente. Espero um jogo difícil, à semelhança do que foi o jogo na fase de liga. Agora é eliminar, são dois jogos, o que queremos é fazer um bom resultado, porque com certeza a eliminatória será decidida no Estádio da Luz. 

- Após o jogo aqui no Mónaco, disse que o Benfica ia fazer uma grande época. É esta a mensagem que passa ao Benfica antes desta partida? E há novas imagens do lance do Florentino, acha ficou um penálti por marcar contra o Benfica? 

- Independentemente das palavras, o mais importante é a minha mensagem passar. Eu sei o que é a linguagem do balneário, foi lá que cresci, o meu pai foi treinador e eu conheço quase tudo dentro do balneário. Sobre essa mensagem, foi dita no momento daquela vitória, que foi um momento muito importante, pela forma como o jogo foi. Foi um jogo com reviravoltas, golos anulados e senti que vitorias destas dão confiança para o trabalho que se segue. Agora estamos numa boa situação, já conquistámos um título. O jogo passado é passado. Eu sinto a equipa muito confiante, viram agora como o Pavlidis falou. A equipa está determinada em fazer uma boa época e um bom jogo. O Mónaco tem um jogo muito físico, mas também com muita qualidade técnica, muita velocidade, muitos movimentos interiores e profundidade e nós temos de estar no nosso melhor. Saber quando temos de defender e de atacar, saber quando ter a mentalidade assassina para matarmos o jogo. Não tive a oportunidade de ver o lance do Florentino, mas posso ver e na próxima conferência de imprensa, respondo a essa pergunta. 

- O treinador do Mónaco atribuiu o favoritismo ao Benfica, partilha da mesma opinião? E Adi Hutter também criticou a arbitragem do primeiro jogo entre as equipas e acha que isso dá pressão à equipa de arbitragem desde jogo? 

- Sobre a arbitragem... já enfrentei o treinador do Mónaco três vezes, por isso não falo de arbitragem, mas eu tenho boa memória. Sobre o jogo, nesta fase, é 50/50. Vencemos o jogo na 1.ª fase, agora é uma competição diferente.  

- Neste campo, sente que o Benfica tem uma motivação maior na UEFA Champions League que não se vê na Liga? E pergunto também se pediu, no emrcado de inverno, a contratação de um lateral direito? 

- Vejo sempre a equipa motivada e a tentar crescer na minha ideia de jogo. O treinador adversário elogiou a nossa transição ofensiva, mas trabalho muito para que a equipa cresça noutros momentos, principalmente no momento de organizçaão ofensiva, na construção, de ter maior controlo do jogo. Estas coisas levam tempo, ainda para mais numa equipa que está em competição (e ainda bem que está). É importante para a equipa entender alguns momentos do jogo, do espaço, onde o adversário está, do tempo de jogo. Sobre o mercado, de janeiro é muito difícil. Em função do que era a oportunidade de reforçar a equipa nos diversos setores, acho que tivemos as melhores decisões. O Manu Silva vinha discutir a posição com o Florentino e também poderia fazer de central, o que nos permitiria usar o Tomás Aráujo como lateral direito. Nessa posição, as soluções não acabam no Bah e no Tomás Araújo. Desde setembro que o Leandro Santos trabalha connosco e como tal, no setor defensivo, sentimos que estávamos tranquilos. Agora, cabe-nos arranjar as soluções dentro de casa, para não sentirmos a faltados jogadores.  

- Leandro Santos dá garantias totais para suprir uma eventual ausência de Tomás Araújo? 

- Tenho muita confiança no Leandro. 

- Di María falhou o último jogo devido a um problema muscular, está apto para jogar? 

- Está connosco, vai treinar dentro de momentos. Com a experiência que ele tem nestes jogos, a brincar, costuma-se dizer que ele marca sempre nestes jogos decisivos, por isso é um jogador muito importante para qualquer equipa. 

- O que mudou em Pavlidis para agora ter este rendimento? 

- Não mudou nada. Está sempre disponível para ajudar a equipa. Ele tem a função de marcar golos, tem esse objetivo desde o primeiro dia e nada mudou. Tanto ele como os outros avançados trabalham muito. O que pretendemos dos avançados é muito mais do que marcar golos. Claro que isso é importante, mas ele tem feito essa tarefa. Era uma questão de começar a marcar, porque o trabalho que ele tem feito em prol da equipa é muito importante e agora está a viver um momento muito bom e esperamos que possa continuá-lo. 

- Como olhou para as declarações de Jorge Jesus, que disse que, dos jogadores do Benfica, só Di María caberia no plantel do Al Hilal

- Mas não tem dinheiro para o comprar... se calhar tem. Apanhou-me completamente desprevenido. Não vou responder às palavras do míster Jorge Jesus porque só conheço alguns jogadores do Al Hilal. O Rúben Neves foi meu jogador no Wolverhampton, o João Cancelo foi meu jogador no Benfica e também o Mitrovic, que faz golos de qualquer maneira. É a opinião dele. O mais importante é que eu me sinto muito realizado por trabalhar com estes jogadores. Acabaram de ver aqui um indivíduo fantástico, excecional (Pavlidis), a forma como falou de forma aberta, como trabalha para a equipa... A mensagem que eu quero passar para a equipa é que mostrem a qualidade que têm enquanto jogadores, o compromisso que têm enquanto equipa e a família unida que eles são.