
Martim Fernandes (4) - Espera aí, terá pensado o jovem dragão, talvez na sequência de ordem de Martín Anselmi, se Luis Suárez vai andar muito pelos meus terrenos, mais vale ser sóbrio e racional. Foi com base nestas duas características, sobriedade e racionalidade, que Martim construiu a sua exibição. A abrir a segunda parte, porém, deu demasiado espaço ao ex-casapiano Segovia no primeiro golo do Inter Miami.
Zé Pedro (5) - Suárez pode ser Suárez, mesmo com 38 anos. Não é o mesmo do Ajax, Liverpool, Barcelona ou Atlético Madrid, por exemplo, mas só o nome pode assustar: Lu-is Suá-rez! Bons cortes de Zé Pedro na segunda parte, sobretudo durante o pequeno descalabro que levou o resultado de 1-0 a 1-2.
Marcano (6) - É um dia mais velho do que Messi, o que, em idades mais avançadas, até pode parecer muito. Mas não é. Não se sabe se por cautela, mas o astro argentino andou no primeiro tempo sempre em terrenos muito recuados, tentando ter bola para, com ela nos pés, progredir e criar dano, como sugeriu Anselmí. Fez bem. Pelo que se viu no primeiro tempo, se tivesse pisado terrenos mais adiantados, Messi não teria mais sorte. Marcano esteve sempre sereníssimo e, sobretudo, implacável. E só de livre direto (mas que livre direto!) o 10 de Miami criou perigo (e golaço, já agora).
João Mário (5) - Se um vintém é um vintém, como disse Manuel Machado há muitos anos, um toque é um toque. E um toque em andamento faz cair. O toque de Allen nos pés de João Mário existiu e, por isso, penálti. O trabalho do 23 estava feito. Foi muito pouco, mas muito bom e saboroso.
Alan Varela (6) - Sim, Messi é campeão do Mundo. Sim, Messi é um dos melhores de todos os tempos. Sim, Messi, mesmo aos quase-quase 38 anos, ainda é um perigo à solta. Daí que era importante ter alguém a vigiar relativamente perto os movimentos do 10 do Inter Miami. Calhou a sorte a Alan Varela. E Messi, talvez por isso, teve de recuar imenso para ter espaço para progredir. E raramente Messi se viu no primeiro tempo, a não ser em lançamentos teleguiados. Culpa, total ou parcial, de Varela. E a finalizar a etapa inicial, aos 44’, tiraço com a bola a ir direitinha ao poste esquerdo. Ressaltou depois para as costas de Ustari e merecia o 22 dos azuis e brancos que a bola, em vez de ter sido afastado pelo assustado guarda-redes argentino, fosse, lentamente, para o fundo da baliza. Não foi e é pena. Desapareceu a seguir ao intervalo.
Gabriel Veiga (4) - Sessenta e sete minutos com o Palmeiras, cinquenta e nove frente ao Inter Miami. Está naquela habitual fase de ambientação ao clube e à equipa. Tentou uma ou duas vezes criar perigo e por aí se ficou. Está por provar ter capacidade para ser titular.
Francisco Moura (6) - Começou por usar apenas duas velocidades e foi, pouco a pouco, aumentando a rotação. Algumas boas combinações com Rodrigo Mora a fechar o primeiro tempo e, no segundo, mais agressividade ofensiva. Mas, tudo espremido, apenas uma ou duas gotas interessantes.
Fábio Vieira (6) - Olhou para o outro lado, lá bem para a direita, e viu um buraco. Um buracão, aliás. Era quase um latifúndio à espera que a bola lá chegasse. E o pé esquerdo de Fábio Vieira, aquele que, quando quer, faz maravilhas, colocou a bola do outro lado, bem nos pés de João Mário. Depois, houve o toque e o penálti do 1-0. Teve lance soberbo a meio da segunda parte e por aí se ficou. Teve bons pormenores, mas, como tanta vez aconteceu em 2024/2025, fica sempre a faltar qualquer coisa. Sobretudo consistência.
Samu (6) - Inspirou, inspirou, inspirou e, quando sentiu os pulmões bem repletos de oxigénio, partiu para a bola que serenamente, o aguardava a 11 metros da baliza. O tiro de Samu saiu forte e relativamente bem colocado. O espanhol, mesmo assim, teve a ligeiríssima sorte de ver Ustari adivinhar o lado e ainda tocar na bola. Sorte ou não sorte, a bola entrou. Era o que era preciso. Samu andou, a seguir, metido em picarias com defesas e médios do Inter Miami. Mostrou peito. O mesmo peito que, em cima do intervalo, o transformou num furacão tropical, arrancando à saída do meio-campo e, de bola nos pés, só tendo olhos para a baliza do Inter Miami. Só falhou a definição. O que, num ponta de lança, é quase tudo.
Rodrigo Mora (6) - Perto do intervalo, recebeu a bola na pequena área e, frente a Busquets, rodou, rodou, rodou, sentou o campeão do Mundo e da Europa e, depois de rematar, preparava-se para festejar o 2-0, quando apareceu a cabeça do gadelhudo Falcon a impedir o golo do endiabrado 86 dos dragões. Sem hipótese na simulação de Busquets que esteve na génese do golo do empate. Caiu na segunda parte.
Eustáquio (4) - Pouco mais de meia hora em campo, tentando colocar ordem no caos do meio-campo portista. Raramente conseguiu.
Gonçalo Borges (5) - Bom cruzamento longo para a entrada de Francisco Moura ao segundo poste. Logo de seguida, passe a rasgar para William quase marcar, depois de Samu ter deixado passar a bola. Faz muita coisa bem, mas raramente faz tudo bem.
William Gomes (5) - Podia ter marcado no primeiro toque na bola, mas chegou um milésimo de segundo atrasado. É mexido e talvez mereça mais minutos.
Otávio (-) - Se são insondáveis os caminhos do Senhor, igualmente insondáveis são os motivos que levaram Martín Anselmi a trocar Marcano por Otávio.
Denis Gul (-) - Entrou. Mas não se deu por ele.