
Roberto Bautista Agut (37 anos, 55.º ATP), depois de ter sido eliminado por Alexander Zverev na segunda ronda do Masters 1.000 de Madrid, deixou uma mensagem a Carlos Alcaraz: «Não acredito que vá ganhar Grand Slams deitando-se às sete da manhã.»
O veterano espanhol teceu estas declarações após perder por duplo 2-6 frente a Alexander Zverev (28 anos, 2.º ATP) na segunda ronda do torneio de Madrid, tendo sido questionado na zona mista da Caja Mágica sobre o compatriota.
Alcaraz, num documentário lançado esta semana na Netflix, demonstra ambição de se juntar ao grupo restrito de Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic, os melhores tenistas da história.
Roberto Bautista Agut: «Tem de jogar quinze anos a nível elevado»
«O ténis ao mais alto nível exige muito. Não acredito que o Carlos vá ganhar Grand Slams deitando-se às sete da manhã. É um desporto muito exigente. Agora, está tudo muito bonito. Ele é muito jovem, mas tem de perceber que se quiser igualar os números dos três reis da modalidade tem de jogar quinze anos a um nível elevado», atirou Bautista Agut, citado pelo Carrusel Deportivo.
«Considero o Carlos um jogador e uma pessoa inteligente e, aos poucos, vai perceber o que precisa para estar a este nível e tenho a certeza de que vai colocá-lo em prática», garantiu o ex-número 9 mundial, posição que atingiu em 2019.
No documentário À Minha Maneira, o treinador de Alcaraz, Juan Carlos Ferrero, chama a atenção para a abordagem diferente do jovem jogador, e não só, em comparação com as gerações anteriores.
«Para ser o melhor da história, tens de ser um escravo. Se não, tens de aceitar que não sabes se alguma vez vais ser o melhor. A conceção dele de trabalho e sacrifício é diferente da nossa. É tão diferente que me faz duvidar se ele pode realmente ser o melhor da história. Ganhar dois Grand Slams em 2024 é ótimo, mas manter esses números todos os anos é muito complicado, é isso que é difícil», disse Ferrero.
Carlos Alcaraz: «Tenho 21 anos e quero fazer as coisas à minha maneira»
Esta questão é reforçada pelas palavras de Alcaraz. No documentário, ele reconhece os momentos negativos. «Há alturas em que não tenho vontade de jogar tanto, há alturas em que não tenho vontade de viajar tanto, há alturas em que digo: 'Quero estar em casa, quero ser o jovem de 20 anos que sou.'»
Até agora, conseguiu encontrar um escape quando confraternizacom o seu círculo próximo de amigos. «Tenho 21 anos e, neste momento, quero fazer as coisas à minha maneira. Posso não ter os mesmos cuidados que o Djokovic, posso ter muitos dias em que me divirto, talvez mais do que devia, e no final das contas esse é o meu caminho», refletiu.