O Benfica regressa, esta sexta-feira, aos encontros da Liga Portugal Betclic. Os encarnados recebem o FC Famalicão, a partir das 20h15 (horário de Portugal Continental), e Bruno Lage fez a antevisão do confronto, esta quinta-feira, no auditório do Benfica Campus.

O treinador das águias analisou o encontro que espera a equipa, abordou as questões de mercado e também a nova lesão de Renato Sanches. Lage recusou ainda a ideia que seja a força individual a desbloquear os jogos a favor da equipa.

Bruno Lage em discurso direto

Volume de jogos maior em relação ao adversário: «Não é comparar-nos com o número de jogos relativamente ao adversário, mas sim àquilo que é jogar com apenas dois dias de intervalo. No entanto, a equipa tem dado uma boa resposta e o facto também é que, se queremos um plantel que nos dê garantias para lutar por títulos, como o que conseguimos recentemente, temos de estar preparados para isso.»

Antevisão ao jogo: «A equipa vai apresentar-se bem, porque tem tido a facilidade de recuperar bem. Vamos defrontar um adversário competente, com um treinador que conhece a casa. Vai ser determinante a energia, tanto a nossa como a de fora. O apoio dos adeptos faz muito a diferença, é importante e sentimos isso.»

Equipa refém dos destaques individuais [Aktürköglu, Di María, Schjelderup]: «Acho que o que tem desbloqueado os jogos é a força do coletivo. Se formos olhar para os golos e para as outras equipas do campeonato, vamos sempre dizer que é o jogador A numa equipa e o B noutra. Há coisas que pretendemos continuar a evoluir e o que mais gostamos - e trabalhamos nesse sentido - é que a equipa tenha a consistência de fazer boas exibições. Há uma coisa curiosa: o facto de termos imensos jogadores com golos e boas exibições. Isso revela que há um trabalho coletivo e que a equipa joga em função do coletivo. Temos consciência de que temos valores individuais muito bons que, no melhor deles, ajudam a vencer jogos.»

@Kapta+

Gestão de Tomás Araújo com as mudanças de posição e risco de poder sair do onze com o regresso de Bah: «Acho que o Tomás desempenha muito bem também a função de lateral direito. Fez dois jogos muito bons para quem não tem a rotina de jogar naquela posição, também com uma qualidade de cruzamento muito interessante. Já tinha jogado naquela posição anteriormente e já o tinha feito connosco contra o Boavista. Estamos muito satisfeitos com ele.

Na sombra, foi também sempre tema de conversa entre mim e o António [Silva] que no momento em que não está a jogar, tem que se preparar para quando voltar a jogar, que é algo que vai acontecer naturalmente, estar pronto e dar boas respostas. O António assim o fez. Preparou-se em silêncio, num momento difícil que é um campeão nacional e jogador de seleção estar de fora a ver o colega a jogar, teve sempre um comportamento exemplar e estava pronto para dar uma boa resposta. Enquanto treinadores, ficamos satisfeitos por perceber o caráter dos jogadores e hoje, no futebol moderno, termos jogadores a ocupar mais que uma posição e a ocupá-la bem.»

Afastar a desconfiança dos adeptos: «Se há pessoa que sabe a exigência de estar no Benfica, sou eu. Já cá estou há 20 anos. Após vencermos a Taça da Liga, em conversa com um jogador, que não vou dizer qual, ele até me disse 'se calhar agora os adeptos vão estar mais satisfeitos'. E eu disse 'não. Temos de ganhar já na terça-feira, na Taça de Portugal'. Nunca vou estar satisfeito comigo próprio. A exigência é que amanhã voltemos a jogar bem e ganhemos. Independentemente do que possam pensar de mim, e eu sinto o apoio dos adeptos, amanhã há um jogo a cumprir. É a natureza. Independentemente do treinador que aqui esteja, o próximo jogo é para ganhar e é isso que tento passar para os jogadores.»

Necessidade de um goleador: «Temos de estar sempre atentos às oportunidades de mercado, quer a eventuais saídas, quer a eventuais entradas. Uma coisa garanto: independentemente da posição, quem vier tem de contribuir com qualidade e talento para a equipa continuar a vencer.»

@Kapta+

Nova lesão de Renato Sanches: «É de mentalidade de campeão. É como perder: tenho de olhar para o jogo seguinte, é cair e saber levantar. Só assim é que se consegue. O Renato tem tido essa capacidade. Foi um momento muito feliz para ele, nós vimos isso. Um menino da nossa formação voltar a erguer um troféu, tenho a certeza que o regresso dele era para proporcionar isso, voltar a ajudar a ganhar títulos. Teve agora mais uma lesão, mas é não pensar muito no que aconteceu e voltar a trabalhar para regressar forte. Tem gente deste lado que o apoia imenso.»

Rollheiser pode ter mais oportunidades? «O Renato é um médio, o Rollheiser é um médio que joga mais à frente. O antigo treinador tentou adaptar o Rollheiser numa posição mais baixa, o jogador sente-se mais confortável a jogar mais à frente. Para ele, para o Prestianni, para o Rêgo... Têm todos de entender o que pretendo para aquelas posições. Posso dar o exemplo do que aconteceu no último, porque já aconteceu vários jogadores a entrar na equipa e terem rendimentos muito bons. Aconteceu com o Álvaro, com o Barreiro e com o Schjelderup.

Têm de perceber muito bem o que se quer em cada posição. Da parte do treinador, tem de olhar para o jogador e perceber aquilo que de bom tem para tentar tirar proveito, ao mesmo tempo que tem de perceber os pontos menos fortes para eles trabalharem. O Andreas fez isso muito bem. Tem uma atitude na transição defensiva mais forte, é mais agressivo na pressão, tem uma qualidade de jogo mais ofensivo e não recebe só a bola para ir contra o Mundo. Contra o SC Braga fez um jogo muito bom, mas se o resultado estava 0-0... Aquela finalização podia ter consequências mais negativas para ele. Não teve porque o resultado estava 3-0, mas o treinador estava com ele. Quero finalizações mais sérias. Ele entendeu e fez isso contra o Sporting e contra o Farense. É um bom exemplo da nossa forma de trabalhar e serve para todos.»

Jan-Niklas Beste e a possibilidade de sair: «Teve uma entrada muito boa na nossa equipa e ajudou imenso em determinados jogos, sobretudo quando jogámos contra uma linha de cinco. Joga na ala, sabe fechar bem o corredor e atacar por fora, com qualidade muito boa nos cruzamentos. Teve golo, marcou golos importantes e ajudou a consolidar resultados. Proposta de mercado? É olhar para a proposta, para o rendimento do jogador e para a opinião dele. A partir daí, decidimos o que é melhor para o clube e para o jogador.»