Já dá para respirar? É que, durante 50 minutos de futsal, foi absolutamente impossível. Naquele que será certamente candidato a jogo do ano, o Benfica venceu o Sporting por 7-5 após prolongamento e deixou tudo para decidir no campeonato de futsal para o jogo 5. No próximo domingo, no Pavilhão João Rocha, haverá obrigatoriamente campeão nacional.

A história do jogo teve um início quase tão intenso quanto a intensidade da festa que os adeptos faziam nas bancadas do Pavilhão n.º 1 da Luz. 11 segundos. Foi o que bastou para Taynan rematar cruzado para dar vantagem aos leões, que não se aguentou muito tempo, com Chishkala, um minuto depois, a voltar a empatar. Esse golo, porém, não contou, com a revisão das imagens a valer falta sobre Zicky Té, mas, segundos depois, Higor tratou de colocar as águias de novo no jogo.

Recorde-se que, nesta fase, havia três golos, um deles anulados… com dois minutos de jogo. A partida prosseguiu com as águias mais por cima, tentando combinar e conseguindo, em algumas ocasiões de 3 para 2, variar o flanco em cima da área para isolar jogadores na cara de Bernardo Paçó, que impediu o russo Chishkala e Jacaré de fazerem mais golos. Mas o ala conseguiu mesmo marcar, com um remate potente na sequência de um canto aos 9’, cedido por Wesley com um corte em cima da linha.

Se, por um lado, era nas combinações ofensivas que o Benfica conseguia criar mais perigo, o Sporting tentou explorar as qualidades individuais dos respetivos jogadores para conseguir atacar com perigo, uma estratégia que funcionou melhor com um pivô de costas para a baliza, fosse ele Zicky Té ou Rocha. Foi este segundo que, de cabeça, fez, aos 15’, o 2-2 que se vivia ao intervalo. Mas podiam ser muitos mais: Arthur acertou no poste adversário e cortou para a barra da respetiva baliza, Pauleta também acertou no ferro e Chishkala ainda cortou em cima da linha. Uma primeira parte absolutamente louca e que, nos primeiros cinco minutos da segunda, parecia que ia abrandar. Parecia.

Minuto louco na batalha dos 'hat tricks'

Cinco minutos mais mornos lançaram o minuto 25, em que Taynan marcou e Higor, logo a seguir... empatou. Durou segundos a vantagem leonina no 3-2, com o Benfica a galvanizar-se com a capacidade de empatar logo a seguir. De um erro de Bernardo Paçó aos 33' surgiu o quarto: o guarda-redes leonino tocou com o braço fora de área, viu vermelho e, a dois segundos do fim da superioridade numérica, Higor fez o terceiro da conta pessoal.

Foi a partir deste momento que entrou em jogo uma nova protagonista: a acumulação de faltas. Ambas as equipas chegaram ao final dos 40 minutos com seis faltas. E o Sporting soube aproveitar, com Taynan a fazer o 4-4, mais um hat trick na quadra, o segundo do dia mas não o último.

Prolongamento de golaços e de Chishkala

O 4-4 forçou prolongamento, que começou logo com um disparo fulminante de Arthur à malha lateral da baliza de Henrique. Um disparo que terá certamente acendido uma chama em Zicky Té, que, segundos depois, fazia o 5-5 com um remate fulminante.

Com as faltas a acumularem-se de parte a parte e já sem espaço para evitar livres de 10 metros, Sokolov e Merlim não conseguiram aproveitar. Chishkala falhou o segundo que teve, mas não desperdiçou à primeira tentativa, deixando as águias em vantagem no louco prolongamento.

Chishkala foi, aliás, o protagonista deste tempo extra, ele que assumiu a vontade de fazer a diferença. E depois do livre direto, já com Nuno Dias a preparar Merlim como guarda-redes avançado, o ala russo, que jogou o último jogo em casa, finalizou à base do poste para, pela primeira vez no jogo, dar uma vantagem de dois golos, que acabaria por ser derradeira.

7-5, equilíbrio máximo e duelo intenso que, pelo número de faltas, até chegou a extravasar um pouco os limites. Mas faz parte e, por aquilo que aconteceu, até contribuiu para o espetáculo. Uma partida destas envia para jogo decisivo — e ainda bem para os amantes de futsal.