É do conhecimento público que os cuidados físicos e o respeito pelo tempo de recuperação das lesões sofridas pelos futebolistas melhorou bastante nas últimas décadas. Histórias de jogadores que continuavam em campo lesionados ou que não paravam tempo suficiente para recuperar de problemas físicos são mais do que muitas e há quem ainda sinta no corpo as consequências.

Fabien Barthez, ex-guarda-redes do Man. United e da seleção francesa, é um deles e relatou vários episódios na sua carreira em que admite que deveria ter-se resguardado. Numa entrevista ao 'L'Équipe', a propósito de um documentário sobre Zinédine Zidane, o antigo campeão mundial e europeu contou que chegou mesmo a jogar com ossos partidos.

"No meu tempo, não nos protegiam. Joguei várias vezes quando não o deveria ter feito. No Mónaco, uma vez fraturei um osso da cara. Devia ter parado de imediato por três semanas, mas meteram-me uma proteção e continuei em campo. Agora sofro as consequências... Mas sem arrependimentos. Faz parte da minha história", relatou o gaulês, antes de contar outra situação em que teve um problema numa coxa e tomou a mesma opção.

"Noutra vez, tive um choque muito feio durante um jogo. Ao intervalo, a minha coxa estava do dobro do tamanho. O médico disse para eu sair, mas eu disse que me sentia bem. O resultado foi que passei a noite na sala de emergências, abriram-me a coxa em duas e fiquei fora dois meses".

Depois de esforços físicos como estes, Barthez assume que, aos 53 anos, sente todos os dias no corpo os seus efeitos: "Todas as manhãs, levo uns dez minutos até me desempenar. Mas não sou o único... Estamos todos lixados."