
Não foi fácil, mas a classificação foi garantida. Por areias movediças, Portugal venceu por 1-2, em Munique, a Alemanha, algo que não acontecia há 25 anos. Uma noite histórica em que o segredo estava no banco.
Num jogo, onde as polémicas foram levantadas antes sequer de a bola estar a rolar, face ao posicionamento de João Neves, a ala direito, e a colocação de Vitinha no banco de suplentes, foi a melhor entrada na “era Martinez”, tendo em conta o adversário.
A velocidade com que Portugal recuperava a bola nos primeiros 15 minutos, é de salientar. Além de que, conseguiu somar oportunidades de golo, tanto por Pedro Neto como por Cristiano Ronaldo.
No entanto, foi apenas “fogo de vista”. A partir desse minuto, a seleção demonstrou algo que já foi visto nos últimos jogos, pouca capacidade de ter bola e acima de tudo sem controlo defensivo. A Alemanha bastava subir o bloco e as oportunidades surgiam com naturalidade. Wirtz e Mittelstadt na esquerda e Kimmich e Sané na direita foram um martírio perante uma seleção apática.
Portugal, ao longo da primeira parte, só criou pela esquerda com Pedro Neto e Nuno Mendes. Ambos foram os mais desinibidos. Mas lá está, os dois não são jogadores de definição, faltou “chamar” Bruno Fernandes e Trincão que estiveram desaparecidos.
Contradizendo tudo o que falei até aqui, a segunda parte da seleção lusa foi impecável, apesar do golo sofrido, principalmente a partir dos 58 minutos. Coincidência, ou não, foi quando Francisco Conceição e Vitinha entraram. O nível técnico aumentou e o golo surgiu pouco tempo depois.
Com as substituições a equipa ficou a ganhar. Quem entrou somou e quem estava melhorou. Ter jogadores como estes no banco pode mudar o rumo de uma partida. É lamentável que Vitinha tenha ficado de fora das escolhas principais. Não há desculpas, os melhores têm de jogar.
Numa toada positiva, e intensa, Portugal continuou a demonstrar que poderia vencer e, após uma grande jogada do melhor lateral esquerdo do mundo, Cristiano Ronaldo apenas teve de encostar e levar Portugal para a final da Liga das Nações.
Perspetivando o adversário de domingo, Portugal não terá tarefa fácil. Seja França ou Espanha é importante que as escolhas iniciais de Roberto Martinez deem garantias competitivas para vencer, novamente, este troféu.