Ricardo Lima apadrinhou a estreia de Alberto Costa nos sub-23 do V. Guimarães, quando o agora lateral do FC Porto tinha apenas 17 anos. Estiveram pouco tempo juntos, em ano de pandemia, até porque o futebolista, de 21 anos, rapidamente ascendeu aos patamares superiores - equipa B e equipa principal.

"Quem não soubesse, não diria que aquele jogo da Liga Revelação, frente ao Sporting, era a estreia dele nos sub-23, pois demonstrou muita coragem e uma enorme capacidade de atacar", recorda o treinador que, em janeiro passado, acompanhou Mário Silva, de quem era adjunto, na saída do Paços de Ferreira.

Quem não soubesse, não diria que aquele jogo da Liga Revelação, frente ao Sporting, era a estreia dele nos sub-23, pois demonstrou muita coragem e uma enorme capacidade de atacar
Ricardo Lima 

Antigo treinador dos sub-23 do V. Guimarães

São estas características demonstradas no encontro de estreia pelos sub-23 do Vitória, entretanto melhoradas com a idade, que fazem de Alberto um jogador à FC Porto. "Para jogar no FC Porto é preciso ter coragem e o Alberto têm-na", assegura o antigo treinador dos escalões de formação do V. Guimarães, enumerando o que mais o impressionou naquele menino de 17 anos.

"Já na altura, tinha uma capacidade ofensiva muito grande e também capacidades físicas muito desenvolvidas, que o tornavam um jogador muito intenso. Consegue manter um ritmo alto durante muito tempo. Também tinha alguma anarquia, que é um aspeto importante do jogo dele. Essa irreverência foi sendo ainda mais desenvolvida ao longo dos anos, o que faz com que hoje seja um jogador muito destemido e corajoso", observa Ricardo Lima, admitindo que nem tudo era perfeito no antigo pupilo. Também havia aspetos a melhorar.

Quais? "Tinha de melhorar a tomada de decisão no último terço. Conseguiu-o e o seu salto qualitativo está, na minha opinião, muito ligado a isso", afiança o técnico de 42 anos, assegurando que a esta irreverência e anarquia sempre conviveram bem com o acerto defensivo do lateral que o FC Porto foi contratar à Juventus. "Ele sempre foi muito forte nos duelos defensivos, no um-para-um. Só tinha que melhorar a ocupação dos espaços no processo defensivo. Quando tinha que fazer contenção ou saltar na pressão. A questão dos timings também tinha de melhorar", prossegue o antigo treinador de Alberto Costa, deixando no ar a ideia de que também nestes aspetos, Alberto é hoje um jogador mais completo.

Perante isso, Ricardo Lima não tem dúvidas de que o lateral formado no V. Guimarães vai afirmar-se rapidamente na equipa agora treinada por Francesco Farioli. "Enquadra-se perfeitamente naquilo que é a mentalidade do FC Porto. Pelo compromisso, pela humildade e pela intensidade. Não só no jogo, mas também na forma como vive o futebol e a própria vida", conclui o técnico também com passagens por Tirsense, O. Hospital e Vizela, entre outros.