Depois de um empate a zero frente a França na jornada inaugural do torneio, Portugal arrecadou os três pontos de forma convincente no segundo encontro. Os polacos não entraram bem na competição, deixando-se surpreender pela Geórgia, e sabiam que teriam de fazer bem melhor frente aos lusos para continuarem em prova, o que acabou por não acontecer.

Portugal teve sempre o domínio do jogo, com a posse de bola a ser-lhe praticamente concedida pelo adversário. O 4-0 ao intervalo mostrava o inequívoco desequilíbrio na qualidade das duas formações e antevia uma segunda parte de gestão por parte de Rui Jorge. Já não voltaram ao relvado três dos jogadores chave: Quenda, Roger e Paulo Bernardo.

A equipa portuguesa parece bem montada e preparada para enfrentar qualquer adversário. Contra a França faltou, no entanto, a eficácia para converter pelo menos uma das muitas ocasiões criadas. Rui Jorge pareceu convencido, após a primeira partida, de que Portugal tem o que é preciso para atacar o título.

O técnico português mantém alguma ênfase na construção apoiada de jogo, mas aproveita nesta edição do Euro Sub-21 a qualidade enorme que tem nas alas, dando assim maior importância às transições rápidas. Momentos de explosão são intercalados com outros de maior paciência em ataque posicional.

A velocidade dos jogadores mais avançados da seleção de Portugal é uma arma letal no contra-ataque e só uma defesa com grande maturidade e excelente posicionamento consegue impedi-la de causar estragos. Giovany Quenda, uma das “motas” e o jogador mais jovem de toda a competição, foi eleito homem do jogo nesta segunda jornada e promete ser uma das figuras de destaque em solo eslovaco.

Numa competição algo desvirtuada pela ausência de muitos jogadores que seriam elegíveis (uns por já serem internacionais AA, outros por estarem ao serviço dos clubes), acabam por se evidenciar alguns nomes de “segunda linha”. Os favoritos a levantar o troféu não fogem muito do cenário observado nas seleções principais, já que o leque alargado de jogadores de alto nível permite-lhes ter plantéis ainda assim muito fortes. A seleção das quinas é um desses casos.

Com vários títulos de sub-17 e sub-19 no palmarés, continua a faltar a Portugal o título europeu no último “escalão de formação”. A geração deste ano é talvez menos sonante que a que alcançou a final em 2021, mas já demonstrou que funciona bem como equipa, sendo mais que apenas a soma dos seus valores individuais.

Na próxima terça-feira, o adversário de Portugal será a Geórgia, equipa que venceu a Polónia e fez vida muito difícil aos gauleses, sofrendo o golo que ditou a derrota apenas no tempo de descontos. Um ponto é suficiente para a passagem à próxima fase, mas, como se costuma dizer, é sempre melhor construir sobre vitórias, pelo que será certamente um encontro para ganhar.