
Michele Pirro, piloto de testes da Ducati e figura-chave na revolução técnica da equipa de Borgo Panigale, falou sem rodeios sobre os anos de evolução da marca italiana, desde o descrédito até à supremacia actual em MotoGP.
Foi com ironia, mas também com um certo orgulho, que Michele Pirro recordou os seus primeiros passos com a Ducati, em entrevista à Garage 51, citado pelo Motosan: ‘Quando cheguei, a Ducati era o refúgio dos pilotos que não encontravam assento’.
Para contextualizar, Pirro referia-se ao ano de 2012, fase em que a equipa italiana vivia tempos difíceis, longe da glória que hoje exibe nos circuitos mundiais. Tudo mudou com a chegada de Gigi Dall’Igna, o engenheiro que redesenhou o futuro da marca:
– O panorama é hoje completamente diferente. Recuperámos um grande campeão como o [Marc] Márquez, que já estava quase fora da competição. Durante anos, nomes sonantes ignoraram-nos, e vê-los agora a pedir uma Ducati é a maior satisfação.
A chave para o sucesso, segundo Pirro, tem sido a consistência e a prudência na evolução das motos: ‘Há uma diferença entre a GP23 e a GP24, mas não de um segundo. É como se o piloto a adaptasse ao seu gosto, e isso é o que faz a diferença. Quando não estamos 100 % certos de que algo funcione melhor, preferimos esperar. As limitações de pista e pneus impedem-nos de correr riscos desnecessários’.
A pensar no futuro, Pirro não se limita às pistas. É também mentor de novas gerações e impulsionador de projetos dentro da casa Ducati: ‘Criámos a V4 Lit Cup para amadores e estamos a preparar um projeto para jovens pilotos. Eles são o nosso futuro, queremos que os próximos Pirro, Bagnaia ou Márquez saiam da Ducati Academy’.
À beira dos 40 anos, Michele Pirro continua a ser uma peça central do puzzle. Um homem dos bastidores que, com paixão e dedicação, ajudou a transformar a Ducati num colosso de MotoGP.