
"Atualmente, temos 21 membros afetados, o que destaca a importância de o continente ter uma abordagem mais ampla e coordenada para realmente combater o cólera a nível regional", sublinhou o subdiretor de incidentes do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças de África (CDC África), Yap Boum.
"É importante destacar que a cólera requer uma abordagem multissetorial. É um problema de acesso à água", indicou Boum numa conferência de imprensa.
Até 23 de junho, África registou 168.975 casos e 3.378 mortes por cólera, o que equivale já a 60% dos contágios e 93,5% das mortes registadas em todo o ano de 2024.
Os países mais afetados são a República Democrática do Congo (RDCongo), com mais de 31 mil casos e 694 mortes, e o Sudão, com mais de 29 mil casos e 639 mortes.
A cólera "continua a ser motivo de preocupação e continua a propagar-se em vários países, agravada pelas alterações climáticas e pelos conflitos", acrescentou o responsável.
Angola registava, no início da semana, uma média diária de 80 casos de cólera nos últimos cinco dias, período em que ocorreram cinco mortes, uma por dia, uma tendência de redução de novos casos e de óbitos, segundo dados oficiais divulgados na segunda-feira.
Dados do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Direção Nacional de Saúde Pública de Angola revelam que o país registou um total de 403 novos casos de cólera nos cinco dias anteriores a segunda-feira, uma média de 80 casos por dia, quando anteriormente eram notificados mais de 100 casos/dia.
No início desta semana, Angola somava 26.723 infeções e 751 óbitos em 18 das 21 províncias do país.
Os maiores casos de cólera foram registados nas províncias de Luanda (6.917), Benguela (4.717), Bengo (3.064) e Namibe com 2.658 infeções.
Também em Moçambique, a cólera provocou quase 4.000 infetados e 62 mortos em oito meses, com surtos ativos em cinco províncias do centro e do norte, segundo o mais recente balanço.
De acordo com o boletim da Direção Nacional de Saúde Pública, do Ministério da Saúde, com dados até 16 de junho, o surto de cólera provocou 3.998 infetados desde 17 de outubro, dos quais 3.466 na província de Nampula, com 40 óbitos, seguindo-se a Zambézia, no centro, com 352 casos e 12 mortos.
MBA (DAS/PVJ) // MLL
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