
A Ucrânia informou esta sexta-feira ter recuperado 1.200 corpos entregues pela Rússia, no âmbito de um acordo alcançado durante as recentes negociações entre os dois países na Turquia.
"De acordo com as alegações do lado russo, os corpos são de cidadãos ucranianos, incluindo militares", anunciou o Centro Ucraniano de Coordenação para Prisioneiros de Guerra nas redes sociais.
Durante negociações em Istambul, na Turquia, no início de junho, Kiev e Moscovo concordaram em libertar todos os seus prisioneiros de guerra e devolver os restos mortais dos combatentes mortos.
Desde essa altura, os dois lados realizaram três rondas de trocas de prisioneiros, e a Ucrânia anunciou na quarta-feira que recuperou 1.212 corpos dos seus soldados mortos na frente de combate - uma das maiores operações deste tipo desde o início da invasão russa, em 2022.
A Rússia, por sua vez, anunciou que recuperou 27 restos mortais de soldados russos mortos, entregues pela Ucrânia na quarta-feira. O repatriamento de corpos militares e a troca de prisioneiros de guerra são uma das poucas áreas em que Kiev e Moscovo cooperaram desde o início da guerra, mas no último fim de semana, os dois países acusaram-se mutuamente de perturbar a cooperação.
No sábado passado, o principal negociador russo, Vladimir Medinsky, acusou a Ucrânia de "adiar inesperadamente a receção de corpos" de soldados mortos, bem como de ter adiado "a troca de prisioneiros de guerra para uma data não especificada". Moscovo também já pediu publicamente a Kiev que "recupere os corpos de 6.000 soldados ucranianos" que a Rússia aceitou devolver.
Kiev nega estas informações, acusando Moscovo de "jogo injusto" e de "manipulação", explicando que "não tinha sido definida qualquer data" para as trocas de prisioneiros.