Duarte Cordeiro, dirigente socialista e antigo vice-presidente da Câmara de Lisboa, afirma que ficou "finalmente livre" das suspeitas que lhe foram imputadas no caso "Tutti Frutti", um processo judicial em que salienta nunca ter sido ouvido.
"Fico feliz com a decisão, também em relação a Fernando Medina", declarou à agência Lusa Duarte Cordeiro, atual membro do Secretariado Nacional do PS.
Numa nota que publicou nas redes sociais, Duarte Cordeiro escreveu que, no âmbito do processo "Tutti Frutti", "ficou clarificado o que sempre disse".
"Não há nada que me surpreenda no que me diz respeito e só lamento o tempo que demoraram estes processos a concluírem as suas investigações. Relembro que nunca sequer fui ouvido . Depois de anos a lidar com especulação suspeita, fico finalmente livre", frisou.
O Ministério Público deduziu acusação contra 60 arguidos no âmbito do processo 'Tutti Frutti' por crimes de corrupção, prevaricação, branqueamento e tráfico de influência, mas não acusou nem Duarte Cordeiro, nem o ex-presidente da Câmara de Lisboa Fernando Medina.
Operação 'Tutti Frutti'
A operação denominada 'Tutti Frutti' investigou desde 2018 alegados favorecimentos a militantes do PS e do PSD, através de avenças e contratos públicos, estando em causa suspeitas de corrupção passiva, tráfico de influência, participação económica em negócio e financiamento proibido.
De acordo com a acusação, a que a agência Lusa teve acesso, entre os 60 arguidos está o deputado do PSD e presidente da Junta de Freguesia da Estrela, Luís Newton, e o deputado do PSD Carlos Eduardo Reis.
Tal como aconteceu com Duarte Cordeiro, Fernando Medina, ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, também não foi acusado pelo Ministério Público, tendo este entendido que não foi possível deduzir que tivesse atuado "com o propósito inequívoco" de beneficiar outros arguidos.
"A conclusão que se impõe é a de que não se demonstrou a prática de factos suscetíveis de integrar os crimes de corrupção ativa e passiva, inicialmente referenciados, nem do crime de prevaricação imputado ao arguido Fernando Medina, nos moldes explanados", lê-se na acusação.
Questionado pelos jornalistas no Parlamento, José Luís Carneiro disse que sempre teve "a consciência e a firme convicção de que Fernando Medina é um homem impoluto, acima de todas e quaisquer suspeitas".
"É um servidor do interesse público, julgo que isso é evidente para todos há muito tempo", defendeu o deputado e ex-ministro do PS.
Com Lusa