
Um tribunal de recurso dos Estados Unidos deu esta sexta-feira razão à Casa Branca, autorizando-a a recusar o acesso dos jornalistas da Associated Press a certos locais próximos do Presidente, até à conclusão do processo judicial.
O processo que foi instaurado pelos meios de comunicação social contra a administração Trump surge depois da Casa Branca ter banido por diversas vezes jornalistas da agência de notícias norte-americana Associated Press (AP).
Esta decisão, que anula uma sentença de um tribunal inferior, é uma vitória para o republicano, que lançou uma guerra aberta contra os grandes meios de comunicação tradicionais.
Tida como um pilar do jornalismo nos Estados Unidos, a AP tinha sido excluída nomeadamente da Sala Oval, o que tinha contestado com sucesso em tribunal em primeira instância, denunciando um atentado à liberdade de imprensa.
Um tribunal de recurso, no entanto, discordou esta sexta-feira dessa decisão, decidindo que a autorização de acesso a certas áreas estava ao "critério" do executivo.
"Estes espaços presidenciais restritos não são lugares protegidos pela Primeira Emenda" da Constituição dos Estados Unidos, que protege a liberdade de imprensa e de expressão, afirma o acórdão do tribunal.
A agência queixou-se de que a liberdade de imprensa tinha sido violada e ganhou o caso em primeira instância, com um juiz a ordenar à Casa Branca que restabelecesse o acesso.
Em fevereiro, a administração Trump proibiu a entrada de um jornalista da AP na Sala Oval porque a agência de notícias se recusa a alterar a designação do Golfo do México para "Golfo da América", uma nova denominação adotada por Donald Trump.
Em 15 de fevereiro, o porta-voz do Presidente dos Estados Unidos, Taylor Budowich, afirmou na rede social X que, embora a AP tenha o direito, previsto na Primeira Emenda, de informar "de forma irresponsável e desonesta", isso não lhe dá o direito de ter "acesso ilimitado a espaços limitados como a Sala Oval ou o Air Force One (avião presidencial)".
A Amnistia Internacional alertou em 29 de abril, num rescaldo dos primeiros 100 dias em funções do Presidente norte-americano, que uma das áreas mais afetadas com as políticas da Casa Branca era a comunicação social e que o tinham atingido "através da proibição dos meios de comunicação social".
Com LUSA