
A Casa Branca afirmou esta noite que o Presidente Donald Trump foi "apanhado de surpresa" pelos recentes ataques israelitas na Síria e contra uma igreja católica em Gaza.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse aos jornalistas que Trump tem "uma boa relação de trabalho" com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, mas "foi apanhado de surpresa pelo bombardeamento na Síria e também pelo bombardeamento de uma igreja católica em Gaza".
"Em ambos os relatos, o Presidente ligou rapidamente ao primeiro-ministro para retificar estas situações", disse Leavitt.
Um ataque israelita na semana passada atingiu a única igreja católica da Faixa de Gaza, matando três pessoas e gerando indignação, levando Netanyahu a fazer um raro pedido público de desculpas pelo sucedido.
Além disso, Israel interveio durante o mais recente surto de violência sectária na Síria, chegando mesmo a bombardear a capital, Damasco.
Os comentários da secretária de imprensa da Casa Branca foram uma rara sugestão de diferendos entre Trump e Netanyahu, alinhados na política externa, particularmente com os recentes ataques ao programa nuclear iraniano.
No entanto, Trump está a pressionar para o fim da guerra em Gaza e a tentar apoiar o novo governo sírio, quando o país emerge de anos de guerra civil, e as operações militares israelitas ameaçam complicar estas iniciativas.
"Outro capítulo muito confuso"
O enviado especial de Trump para a Síria, Tom Barrack, disse à Associated Press que a intervenção de Israel na Síria "cria outro capítulo muito confuso" e "ocorreu num momento muito mau".
No sábado, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, exigiu que as autoridades sírias impeçam a chegada de "jihadistas violentos" ao sul do país, palco de confrontos intercomunitários há uma semana.
O grupo Estado Islâmico assumiu o controlo de vastas áreas dos territórios sírio e iraquiano no início da guerra civil, que eclodiu em 2011, proclamando a criação de um "califado" transfronteiriço em 2014.
As forças curdas sírias, apoiadas pelos Estados Unidos, derrotaram-no em 2019, mas os fundamentalistas islâmicos mantiveram uma presença, especialmente no vasto deserto sírio.
A violência entre grupos drusos e beduínos sunitas, que eclodiu em 13 de julho na região de Sweida, sul da Síria, causou 940 mortes, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma organização com sede em Londres que conta com uma vasta rede de fontes em todo o país.