
Três eurodeputados portugueses votaram a favor da moção de censura à Comissão Europeia.
A moção de censura contra a Comissão Europeia, a primeira que um executivo comunitário enfrenta em 10 anos, foi, esta quinta-feira, rejeitada por maioria no Parlamento Europeu durante o plenário em Estrasburgo, em França.
João Oliveira, do PCP, e os dois eurodeputados do Chega, Tânger Correa e Tiago Moreira de Sá, votaram a favor.
Em comunicado, o PCP justifica o voto a favor porque esta Comissão Europeia "merece censura" pelos "grandes interesses económicos que a sua política serve".
" A situação na União Europeia assume uma particular gravidade, em consequência da insistência na sua política ao serviço dos interesses dos grupos económicos e financeiros e das grandes potências e de promoção da confrontação e da guerra no plano internacional, à custa dos direitos e das condições de vida dos trabalhadores e dos povos, da paz e da cooperação", é dito na mesma nota enviada aos jornalistas.
Quando aos que votaram contra, incluem-se todos os eurodeputados do PSD e CDS, assim como Cotrim Figueiredo, da Iniciativa Liberal.
Já no PS cinco votaram contra a moção.
Mas três eurodeputados socialistas, Marta Temido, Bruno Gonçalves e Francisco Assis, não votaram. À SIC, alegam ter ficado retidos na entrada para o hemiciclo não tendo chegado a tempo desta votação, a primeira na ordem de trabalhos. Ainda assim, estes deputados "votariam contra, como toda a delegação do PS, em concordância a posição do grupo S&D”.
Catarina Martins também não votou, mas no caso da eurodeputada do Bloco de Esquerda foi uma decisão tomada por não querer votar nem ao lado da extrema-direita nem ao lado de Von der Leyen.
A moção de censura, a primeira do executivo de Ursula von der Leyen, foi chumbada com 360 votos contra, 175 a favor e 18 abstenções, e precisava de dois terços dos votos expressos pelos eurodeputados para ser aprovada.
Foi apresentada por um eurodeputado romeno, dos Conservadores e Reformistas Europeus, e recebeu o apoio de quase 80 eurodeputados.
A moção de censura deve-se à ocultação de mensagens entre a presidente da Comissão e o administrador da farmacêutica Pfizer, por causa da aquisição de vacinas contra a covid-19, em 2021.