"Comecei a minha viagem em 2000, já lá vão quase 25 anos. O meu primeiro país foi a Índia", relatou à Lusa em Díli a viajante.

Hoje, passados 25 anos e 180 países, Najmun Nahar vê o mundo como uma só casa e onde todos, homens e mulheres, deveriam estar unidos.

"Há guerra e eu sou contra as guerras. Levo sempre essa mensagem ao mundo: não devemos fazer guerras, temos de estar unidos e proteger o nosso planeta", afirmou.

Desde pequena, Najmun Nahar sentia que tinha nascido para viajar e o avô e o pai foram grandes motivadores e também inspiradores.

"Costumava ler muitos livros sobre viagens, ver filmes sobre viagens, histórias de viajantes. Sempre quis sair do Bangladesh e ver o mundo. Enquanto outras pessoas queriam ser médicos ou engenheiros, eu queria conhecer o mundo, porque o mundo é como uma grande enciclopédia", contou Najmun Nahar, salientando que nunca pensou que conseguiria tornar aquela vontade possível.

Durante as suas viagens viveu vários perigos e enfrentou a morte por cinco vezes, mas, salientou a bengali, sempre teve ajuda para resolver os problemas.

"Como mulher, na verdade não enfrentei grandes dificuldades. Pelo contrário, as pessoas ajudavam-me sempre que eu tinha problemas", reforçou nas declarações à Lusa, em que insistiu na mensagem que transporta.

"Quando vejo a natureza, a cultura, a história de diferentes partes do mundo, isso dá-me energia. As pessoas sorriem para mim e eu sorrio para elas. Sinto-me como uma ponte entre um ser humano e outro, entre um país e outro. Sinto que o mundo inteiro é nosso --- o mundo é uma só casa", afirmou.

Questionada sobre o país de que mais gostou, Najmun Nahar afirmou que não gosta de distinguir, porque todos os países "têm coisas boas e más".

"Cada país é bonito à sua maneira", disse, referindo, contudo, que gosta muito de Portugal, onde já esteve cinco vezes, de Timor-Leste e do seu país, o Bangladesh, onde regressa sempre que tem vontade saborear a comida de lá.

Às jovens mulheres que também têm o sonho de viajar sozinhas, Najmun Nahar lembrou que a "vida só se vive uma vez".

"Esta vida não volta. Por isso, homem ou mulher, não importa. Temos de ser corajosos para ver a vida, para ver o mundo. O mundo está cheio de mistérios, aventuras e de beleza. Quando saímos de casa, podemos explorar coisas novas, conhecer pessoas novas. Talvez enfrentemos dificuldades, mas aprendemos com elas", salientou.

Depois de concluir a sua viagem ao mundo - faltam pouco mais de uma dezena de países, situados no sudeste asiático e continente africano -, Najmun Nahar disse que vai continuar a "trabalhar pela humanidade, pelas crianças, pela educação, por aqueles que sofrem em situações de crise".

"Estou a escrever um livro e espero que esse livro possa inspirar a próxima geração do mundo inteiro", acrescentou.

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