A Tailândia decretou hoje a lei marcial em oito distritos fronteiriços com o Camboja, na sequência de confrontos entre os dois países vizinhos do sudeste asiático, pelo segundo dia consecutivo.

"A lei marcial está agora em vigor em sete distritos de Chanthaburi e num distrito de Trat", declarou Apichart Sapprasert, o chefe do exército tailandês nestas duas províncias localizadas junto da fronteira ao Camboja.

O primeiro-ministro tailandês, Phumtham Wechayachai, advertiu hoje que o conflito com o Camboja pode "tornar-se uma guerra", pouco antes de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, num momento em que os confrontos já forçaram a retirada e a deslocação de quase 140.000 tailandeses.

"Tentámos chegar a um compromisso porque somos vizinhos, mas demos instruções ao exército tailandês para agir imediatamente em caso de emergência", acrescentou.

Nos últimos dois dias, o conflito fronteiriço entre os dois países registou um nível de violência que não se via desde 2011, envolvendo caças, tanques, tropas terrestres e fogo de artilharia.

Banguecoque e Phnom Penh estão num impasse desde a morte de um soldado cambojano, no final de maio, durante uma troca de tiros noturna, numa zona disputada da fronteira comum, apelidada de "Triângulo Esmeralda".

Até ao momento, a Tailândia registou 15 mortos, enquanto o Camboja registou um morto. Os jornalistas da agência noticiosa francesa AFP viram quatro soldados cambojanos a serem tratados no hospital, bem como três civis hospitalizados por causa de ferimentos provocados por estilhaços.

A pedido do primeiro-ministro cambojano Hun Manet, o Conselho de Segurança das Nações Unidas irá reunir-se de emergência hoje em Nova Iorque.