O número de casos de mpox em Moçambique subiu para cinco, no actual surto que afeta vários países africanos, detetados na província do Niassa, norte do país, avançou hoje a Governadora da província.

"Nós já temos aqui cinco casos, estávamos em três, mas está a subir e ainda há muita gente a ser testada com suspeitas de que tenha essa doença (...) Temos que ter cuidado com esta doença porque é facilmente transmissível", disse a governadora da província de Niassa, Elina Massengele, em declarações aos jornalistas, à margem de um comício durante uma visita que efetua ao distrito de Sanga.

Os primeiros três casos de mpox foram confirmados pelas autoridades da saúde em 11 de julho, que adiantaram, na altura, que os pacientes estavam estáveis e em isolamento.

"Os pacientes encontram-se clinicamente estáveis e estão em isolamento domiciliar, sob monitoria das autoridades sanitárias", referiu o Ministério da Saúde.

Os três primeiros casos foram detetados no distrito de Lago, que faz fronteira com a Tanzânia, junto ao lago Niassa, identificados como suspeitos no dia 08 de julho de 2025, nos postos administrativos de Metangula e Cobue, e dois dias depois foram confirmados pelo laboratório de Saúde Pública para mpox.

Fonte do Ministério da Saúde confirmou à Lusa que se tratam dos primeiros três casos de mpox em Moçambique do atual surto que afeta vários países da região africana, recordando que, de 01 de janeiro a 08 de julho de 2025, foram notificados 77.458 casos da doença em 22 países, resultando em 501 óbitos.

Em resposta aos casos detetados no Niassa, conforme a Lusa noticiou em 11 de julho, o Ministério da Saúde, através da Direção Nacional de Saúde Pública e do Instituto Nacional de Saúde, "mobilizou uma equipa técnica para apoiar a província e o distrito afetado", a qual vai monitorizar o tratamento dos doentes, bem como "identificar e colocar em quarentena os contactos próximos" e "reforçar a vigilância epidemiológica e promover a divulgação de mensagens de prevenção junto da população".

Os primeiros casos no surto anterior de mpox em Moçambique foram registados pela primeira vez em 2022, em Maputo.

Na região da África austral, que inclui Moçambique, já foram reportados anteriormente casos na República Democrática do Congo, Angola, Maláui, África do Sul, Tanzânia e Zâmbia.

A mpox é uma doença viral zoonótica, identificada pela primeira vez em 1970, na República Democrática do Congo.

A Organização Mundial da Saúde declarou em agosto de 2024, pela segunda vez, a mpox como uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional, em virtude do aumento do número de casos, óbitos e expansão geográfica, recorda o Ministério da Saúde moçambicano.