De acordo com a informação inicialmente avançada pela CNN e confirmada pela Lusa, a queixa foi enviada hoje para o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa e o sindicato que representa os guardas prisionais pede uma indemnização de 4 milhões de euros.

"O valor da indemnização foi calculado através do número de guardas prisionais que existem. Temos cerca de 4 mil guardas e pedimos mil euros por cada guarda", explicou à Lusa o presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, Frederico Morais, acrescentando que o valor da indemnização que possa ser determinada pelo tribunal será enviado para as alas pediátricas do Instituto Português de Oncologia do Porto e de Lisboa.

No mês passado, em 22 de maio, Mamadou Ba escreveu nas redes sociais que "é conhecida a história de linchamentos, torturas e assassinatos de pessoas negras na indústria carcerária, a nível global".

"Tenho sempre muitas dificuldades em acreditar em 'mortes naturais' e, muito menos, em 'suicídios' de pessoas negras nas prisões. A minha convicção é que a probabilidade de serem mortas pela violência dos guardas prisionais é mais alta do que qualquer outra possibilidade de morte natural ou suicídio", lê-se na publicação do ativista, feita a propósito da notícia de um suicídio em ambiente prisional.

Em outubro do ano passado, Mamadou Ba foi condenado ao pagamento de 2.400 euros por difamação do militante de extrema-direita Mário Machado, no caso ligado à morte do cabo-verdiano Alcindo Monteiro em 1995, em Lisboa.

Também nas redes sociais, o ativista considerou Mário Machado uma das figuras principais do homicídio de Alcindo Monteiro no Bairro Alto.

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