O autor do falso alarme de bomba num avião da Azores Airlines que motivou no sábado uma aterragem de emergência em Lisboa "quis pregar uma partida ao companheiro de viagem", indicou o Ministério Público (MP).

"Os factos indiciam fortemente que, numa atuação imponderada, o arguido quis pregar uma partida ao companheiro de viagem, referindo a existência de uma bomba a bordo da aeronave. Tratou-se, contudo, de um falso alarme que foi tomado como sério pelo comandante do avião, obrigando a desvio de rota aérea e aterragem de emergência no aeroporto de Lisboa", refere uma nota divulgada na terça-feira no 'site' da Procuradoria da República da Comarca de Lisboa.

O homem, de nacionalidade espanhola, embarcou no sábado no avião da SATA Azores Airlines, "juntamente com um amigo", no aeroporto de Ponta Delgada, na ilha açoriana de São Miguel, com destino a Espanha.

Foi levado a primeiro interrogatório judicial na segunda-feira, respondendo por um crime de atentado à segurança de transporte por ar, e, conforme tinha já sido indicado pela Polícia Judiciária, ficou proibido de frequentar aeroportos nacionais.

A investigação é dirigida pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, indica a nota do Ministério Público.

No sábado, a SATA Azores Airlines revelou que a ameaça de bomba que levou à divergência do voo S4 504, com rota entre Ponta Delgada e Bilbau (Espanha), "não foi validada pelas autoridades competentes, após uma inspeção rigorosa à aeronave e à bagagem".

Ainda de acordo com a empresa, "após a conclusão das diligências pelas autoridades competentes", a aeronave foi autorizada a retomar a operação, tendo a ligação Lisboa-Bilbau sido reprogramada para a noite desse dia, com 111 passageiros a bordo.

A companhia aérea indicou, na altura, haver dois passageiros detidos, mas fonte da Polícia Judiciária referiu depois que uma pessoa estava detida por ter causado a situação.