
O candidato presidencial António Filipe disse, esta segunda-feira, que a sua candidatura visa unir os democratas que não se conformam com "o facto de a direita controlar todos os órgãos de soberania" e afirmou-se comprometido com os valores da Constituição.
Num discurso na sessão de apresentação da sua candidatura, na Voz do Operário, em Lisboa, António Filipe afirmou que, "perante as candidaturas já anunciadas, muitos democratas lamentavam, com razão, a falta de uma candidatura que se identificasse sem reservas com os valores de Abril consagrados na Constituição".
"Uma candidatura capaz de unir os democratas que não se conformam com o facto de a direita controlar todos os órgãos de soberania, uma candidatura capaz de unir os portugueses na luta por uma alternativa ao estado a que chegámos, que resgatasse a esperança e abrisse horizontes de futuro. Essa candidatura faltava, mas já não falta. Aqui estamos", afirmou António Filipe, recebendo um aplauso de pé da plateia, que conta com o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, e dos seus antecessores Jerónimo de Sousa e Carlos Carvalhas.
O candidato salientou que as eleições presidenciais de janeiro de 2026 assumem "particular importância" numa altura em que a direita "controla todos os órgãos de soberania", dispõe de uma maioria parlamentar para rever a Constituição da República e tem "possibilidades sem precedentes para determinar a composição de outros órgãos do Estado".
Neste contexto, António Filipe defendeu que vai ser crucial o posicionamento do próximo Presidente "em face da Constituição e dos valores de Abril que ela consagra" e em face "da agenda do retrocesso social e democrático que está a ser promovida".
"Aqui estamos, aqui estou, para dizer que a defesa da democracia e da Constituição não admite desânimos nem desistências", frisou.