Hasina, de 77 anos, é acusada pelo sistema de Justiça do Bangladesh de crimes contra a humanidade e alvo de vários mandados de captura internacionais.

A operação, prometeu Jahangir Alam Chowdhury, que dirige interinamente o Ministério do Interior do Governo desde que Sheik Hasina fugiu após duas semanas consecutivas de protestos, irá continuar a operação "até que os demónios sejam extirpados".

De acordo com o porta-voz da polícia, Inamul Haque Sagar, desde o início da operação, no sábado, "1.308 pessoas foram detidas em todo o país".

As detenções começaram após uma série de protestos na semana passada, realizados sobretudo por estudantes, que acabaram por destruir vários edifícios ligados à família de Sheik Hasina.

Os estudantes, que também lideraram os protestos do verão passado, começaram a manifestar-se quando se soube que Hasina se iria dirigir, a 05 de fevereiro -- quando completava seis meses da sua fuga - aos seus apoiantes no Facebook, a partir da vizinha Índia, onde procurou refúgio.

Entre os edifícios destruídos nos protestos conta-se a casa, transformada em museu, do seu pai, o primeiro Presidente do país, o xeque Mujibur Rahman, situada na capital, Daca.

Os ativistas dos direitos civis condenaram a violência.

Entretanto, manifestantes anti-Hasina e membros do seu partido, a Liga Awami, também entraram em confronto.

O Governo interino atribuiu a violência à ex-primeira-ministra, que governou o país com mão de ferro desde 2009 até ao seu exílio, e que tem colocado uma série de mensagens nas redes sociais, mobilizando os seus apoiantes.

O vencedor do Prémio Nobel da Paz de2006, Muhammad Yunus, líder do Governo interino, apelou na sexta-feira a que seja mantida a calma, mas horas depois, membros do movimento Estudantes Contra a Discriminação foram atacados no distrito de Gazipur, em Daca.

Os membros do grupo, alguns dos quais fazem parte do Governo interino, exigiram ações contra os autores dos ataques, o que levou o Governo a dar início à operação de repressão.

PMC // APN

Lusa/Fim