O secretário-geral do Partido Socialista anunciou esta quinta-feira que fará uma declaração ao país às 20:00 horas, na sede nacional do PS, a propósito do Orçamento do Estado para 2025.

Fonte do partido socialista tinha remetido a decisão sobre o sentido de voto para o Orçamento do Estado para segunda-feira, dia em que se realizava uma comissão política nacional do PS. A reunião agendada para a noite de dia 21, um dia após o Congresso do PSD, tinha com ponto único "deliberar sobre a proposta do secretário-geral quanto à votação no OE 2025".

No início da semana, Pedro Nuno Santos tinha pedido "união" ao partido, na sequência de várias intervenções públicas de socialistas que se mostraram a favor da abstenção no Orçamento do Estado. Um deles foi Francisco Assisque, na passada sexta-feira, no Expresso da Meia-Noite, revelou que desejava que o princípio do compromisso prevalecesse e que fosse possível "um entendimento entre os dois maiores partidos políticos portugueses".

Francisco Assis, que esteve ao lado de Pedro Nuno Santos, lamentou o que chamou de "um desabafo que não devia ter sido feito", classificando o episódio como "um momento menos feliz". Ao jornal Público, afirmou que "os partidos não são sociedades secretas" e "as pessoas têm o direito de saber o que cada dirigente pensa". Essa liberdade foi também defendida pelo adversário interno nas últimas eleições do partido, José Luís Carneiro.

Orçamento: Montenegro e Pedro Nuno não chegaram a entendimento

Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos não chegaram a um entendimento depois de várias rondas de negociação. No entanto, e apesar de sublinhar que o que separa o Governo e o PS "é muito mais do que o IRC e o IRS Jovem", Pedro Nuno Santos admitiu, no início do mês, que viabilizaria um Orçamento com que discorda e "discordaria sempre". Na altura, o líder socialista explicou que escolheu traçar o IRS Jovem e o IRC como linhas vermelhas porque não se quis "substituir ao Governo" e aceitou negociar.

Para Pedro Nuno, no que ao IRS Jovem diz respeito, o Governo "teve uma derrota ainda antes de começar a negociação", criticando, porém, "o fazer de conta que houve cedência" relativamente ao IRC. De acordo com o socialista, ao longo das negociações sobre estas duas matérias, houve "avanços e recuos" de ambas as partes, mas os recuos de Luís Montenegro quanto ao IRC "não foram suficientemente satisfatórios para levar a acordo".