A nova calendarização do julgamento do Banco Espírito Santo aponta a audição da testemunha Pedro Manuel Mamede Passos Coelho para dia 11 de fevereiro.
Esta é a nova data, depois de dois outros dias anteriormente agendadas. Primeiro em outubro, que foi antecipadamente alterada devido à demora nas sessões com outras testemunhas; depois com a greve dos oficiais de justiça, de que Passos Coelho só soube quando chegou a tribunal, no passado dia 15 de janeiro.
“Não me livro disto”, foi o que o ex-primeiro-ministro disse ao sair do Tribunal Criminal de Lisboa, no Campus de Justiça, sabendo que seria novamente convocado para explicar, enquanto testemunha, a “matéria mais do que requentada” sobre o BES, como o próprio classificou.
O Ministério Público chamou-o para falar sobre “temas da fase final do GES e BES e resolução do BES”. Em 2014, o então líder do Executivo teve duas reuniões com Ricardo Salgado, em que o ex-banqueiro pretendia ajuda do Governo para interceder junto da Caixa Geral de Depósitos para financiar o Grupo Espírito Santo e impedir a sua queda, que se veio a verificar.
Passos Coelho continua a ter uma sessão rápida pela frente, apenas meio dia, como estava já previsto anteriormente.
Foi na última ida, em vão, ao tribunal, que Passos Coelho respondeu que não está na corrida para as presidenciais: “Estou fora da intervenção política ativa e assim me vou manter”. É a afirmação que tem repetido, mas sem mencionar especificamente as eleições presidenciais, que terão lugar em janeiro de 2026.
Agora, em 2015, fala do que aconteceu em 2014. O julgamento do BES, o principal na queda do banco, tem em Ricardo Salgado o principal arguido, a quem são imputados 57 crimes (as prescrições anularam alguns face aos 65 iniciais) por associação criminosa, corrupção e manipulação do mercado, entre outros.