A Assembleia Nacional da Venezuela, controlada pelo partido do Presidente Nicolás Maduro, acusou a União Europeia de pactuar cono branqueamento de capitais resultantes do tráfico de droga, da corrupção e do crime organizado.

A declaração foi aprovada na quinta-feira, um dia depois de o Parlamento Europeu incluir a Venezuela numa lista de países de alto risco no que toca ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.

O parlamento venezuelano denunciou ainda a União Europeia como apoiante do genocídio, do extermínio de crianças, mulheres, de civis e de crimes contra a humanidade cometidos por Israel na Faixa de Gaza.

A declaração inclui uma proposta do presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, para declarar 'persona non grata' os deputados do Parlamento Europeu que votaram a favor da inclusão do país na lista.

"Vamos votar a favor da declaração com as duas mãos, porque eles lavam o dinheiro do tráfico de drogas, de armas e do tráfico de pessoas. A principal indústria de tráfico de seres humanos é o continente europeu no mundo. E declarar 'persona non grata' toda a direção do Parlamento Europeu e todos os deputados que votaram a favor desta estupidez", disse Jorge Rodríguez, que acusou os eurodeputados de "indignos, imorais, imbecis, brutos e hipócritas".

Rodríguez alegou ser "tecnicamente impossível que a Venezuela se preste à lavagem de dinheiro porque, devido ao brutal bloqueio imposto pelos Estados Unidos e pela Europa, está fora do sistema financeiro internacional".

"Será que pensam que o dinheiro é lavado numa máquina de lavar? Não sejam tão grosseiros, a Venezuela não pode lavar dinheiro mesmo que queira, e nós não queremos. Não fazemos como vocês, que pegam no dinheiro do tráfico de droga, do tráfico de seres humanos, da venda de armas e o colocam nos mercados financeiros (...). É uma honra termos sido incluídos nesta lista, que os principais branqueadores de capitais nos incluam, porque não queremos estar na mesma lista destes branqueadores de capitais e patrocinadores do genocídio", afirmou.

Na declaração, a Assembleia Nacional da Venezuela solicita a Nicolás Maduro que avalie a possibilidade de romper as relações comerciais com as empresas dos países da União Europeia que operam no território venezuelano.

O Parlamento Europeu anunciou na quarta-feira que incluiu a Venezuela na lista da União Europeia sobre países com elevado risco no que toca ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.

A lista passou a incluir também Argélia, Angola, Costa do Marfim, Quénia, Laos, Líbano, Mónaco, Namíbia e Nepal.

Foram excluídos Gibraltar, Panamá, Barbados, Jamaica, Filipinas, Senegal, Uganda e Emirados Árabes Unidos.