A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou hoje a Comissão Pan-europeia sobre Clima e Saúde, alertando que a crise climática é também uma crise de saúde que "vai piorar muito" se não forem tomadas medidas urgentes.

Esta nova comissão, com sede em Reiquiavique, na Islândia, será presidida por Katrín Jakobsdóttir, ex-primeira-ministra deste país.

Segundo informou a OMS em comunicado, a comissão pretende contribuir com "soluções práticas e económicas para o setor [da saúde] para enfrentar mudanças climáticas" e vai contar com 11 representantes da OMS da Europa.

Hans Kluge, diretor da OMS-Europa, explicou que esta "é a hora de reconhecer uma verdade inegável", que passa por admitir que uma crise climática é também uma crise de saúde.

"Sem medidas urgentes, [a crise] vai piorar muito", considerou, acrescentando que os sistemas de saúde podem fazer parte das soluções no futuro.

O objetivo desta Comissão Pan-europeia sobre Clima e Saúde passa por, segundo Hans Kluge, emitir recomendações "acessíveis e viáveis para o setor da saúde", tendo em conta as mudanças climáticas, para otimização do tempo e do custo nesta área.

A redução de resíduos, a construção de instalações com eficiência energética e o salvamento de vidas através de sistemas de alerta precoce de calor são alguns dos exemplos que podem sair desta comissão, que vai contar com contributos de especialistas da área da ciência, da política, da academia, de organizações juvenis e da sociedade civil.

No mesmo comunicado, a OMS refere também que a Europa é a região que regista o aquecimento mais rápido e, além disso, todos os indicadores, quer relacionados com saúde, quer relacionados com o ambiente, como aumento da temperatura e ansiedade climática, estão a piorar.

Katrín Jakobsdóttir, antiga primeira-ministra da Islândia e presidente da nova comissão da OMS, referiu também na nota enviada à imprensa que a crise climática é "um desafio em crescimento para a saúde pública".

É preciso "reconhecer que a ação entre o aumento das temperaturas, a poluição atmosférica e as mudanças nos ecossistemas resultantes das mudanças climáticas já afeta a saúde e o bem-estar das comunidades em toda a região europeia e no mundo", considerou Katrín Jakobsdóttir, acrescentando ainda que esta é também uma ameaça à segurança das populações.