Oito pessoas morreram hoje e mais de 40 ficaram feridas por disparos de armas perto de um ponto de distribuição de alimentos da Fundação Humanitária de Gaza no sul de Gaza, anunciaram fontes médicas.

As vítimas foram levadas para o hospital de campanha da Cruz Vermelha em Rafah, disseram as fontes médicas à agência de notícias espanhola EFE.

A maioria das vítimas tinha ferimentos de bala na parte superior do corpo, acrescentaram.

O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) anunciou na sexta-feira que um membro da sua equipa foi ferido por uma bala perdida enquanto tratava de doentes num hospital de campanha da organização.

Nas últimas semanas, o CICV tratou centenas de palestinianos feridos quando tentavam aceder ao ponto de distribuição da fundação, conhecida pela sigla inglesa GHF, em Rafah.

A GHF é gerida por contratantes norte-americanos e apoiada por Israel como alternativa à ONU para a distribuição de ajuda humanitária em Gaza.

As Nações Unidas e as organizações não-governamentais (ONG) em Gaza têm denunciado os métodos e critérios da GHF.

O próprio exército israelita reconheceu em várias ocasiões que disparou contra grupos de pessoas perto dos pontos de distribuição da GHF, situados em zonas militares.

Segundo o governo do Hamas no enclave, mais de 700 habitantes da Faixa de Gaza foram mortos por fogo israelita quando tentavam aceder à pouca ajuda que entra no território, tanto nos pontos do GHF como ao longo das rotas dos camiões da ONU.

A Defesa Civil de Gaza anunciou hoje a morte de pelo menos 20 pessoas em várias operações militares israelitas na Faixa de Gaza nas últimas horas.

A atual guerra em Gaza, um território com mais de dois milhões de habitantes, começou em outubro de 2023, após o ataque do Hamas em Israel que causou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.

A ofensiva militar israelita após o ataque provocou mais de 57.100 mortos em Gaza, a destruição de grande parte das infraestruturas do território e uma crise na assistência da população, que se viu privada de ajuda alimentar e médica.

Das 251 pessoas raptadas em Israel em outubro de 2023, 49 continuavam detidas em Gaza, mas 27 delas foram declaradas mortas pelo exército israelita.

O grupo radical Hamas, que governa Gaza desde 2007, é considerado uma organização terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia.