"O mar é um elemento de liberdade para Portugal. Quem não perceber isso, não compreende verdadeiramente a nossa história nem o nosso enquadramento geoestratégico", afirmou o candidato à Presidência da República, após audiência na Quinta Vigia, onde foi recebido pelo presidente do Governo Regional.

O antigo Almirante sublinha que o seu pensamento actual não difere do que tinha enquanto militar, destacando que sempre estudou estes temas e que teve "a sorte de trabalhar numa área determinante para o futuro, o presente e até para a compreensão histórica do país".

No arranque da visita de três dias à Madeira, o candidato rejeitou qualquer ideia de "reunião de cortesia" ou de procurar apoios institucionais, frisando que o seu apoio "são as pessoas normais que andam na rua". Questionado sobre se esta postura valoriza o poder local, respondeu de forma afirmativa: "Acho que o poder local é muito importante. Precisamos de descentralizar mais, aproximar o poder do cidadão. Quem tem responsabilidades deve ter também meios e capacidades para lhes dar resposta", disse.

Sobre o cargo de Representante da República - nas regiões autónomas- considerou que a questão não é prioritária: "Há questões muito mais urgentes, muito mais operacionais, nomeadamente no campo financeiro", defendeu.

De resto, reiterou a importância estratégica dos arquipélagos, que considera "essenciais para Portugal, para a NATO e para a Europa", e defendeu o reforço de parcerias com outros territórios atlânticos, como Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Brasil. "Estas parcerias dão-nos uma dimensão de liberdade e uma profundidade geoeconómica, geopolítica e geoestratégica. Se não o fizermos bem, ficaremos limitados e reduzidos", alertou.