O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, concluiu este domingo a sua visita à Hungria com uma crítica ao Tribunal Penal Internacional (TPI), dizendo que o órgão é "parcial" contra o país, segundo a agência Efe.

"A Hungria é uma grande amiga de Israel: defende-nos na União Europeia (UE), defende-nos na ONU e, nada menos do que isso, no corrupto Tribunal Penal Internacional de Haia, que é parcial contra todos nós", afirmou o primeiro-ministro numa mensagem partilhada pelo seu gabinete.

Netanyahu disse que a saída da Hungria do tribunal, que emitiu um mandado de captura contra si por possíveis crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Gaza, é um "sinal do que está para vir".

O presidente explicou que, durante a sua visita, discutiu a cooperação na produção de munições com as autoridades húngaras. "Precisamos deles para continuar a guerra e alcançar a vitória total", disse.

Próxima paragem: EUA

Depois de deixar a Hungria, Netanyahu dirige-se agora para os Estados Unidos, onde deverá reunir-se com o presidente Donald Trump na segunda-feira.

O primeiro-ministro de Israel diz que serão abordadas “questões relacionadas com os reféns e a conclusão da vitória em Gaza”, bem como as tarifas de 17% que os EUA impuseram ao país como parte do seu plano tarifário global "recíproco".

"Sou o primeiro líder internacional, o primeiro líder estrangeiro, a reunir-se com o Presidente Trump para discutir esta questão, que é tão importante para a economia israelita. Há muitos líderes que querem discutir isto, uma vez que se relaciona com as suas economias. Penso que isto reflecte a ligação pessoal especial, bem como os laços especiais entre os Estados Unidos e Israel, que são vitais neste momento", disse Netanyahu antes da sua partida.

A viagem acontece numa altura em que o Supremo Tribunal de Israel deverá considerar, na terça-feira, a demissão do chefe do Shin Bet (agência de inteligência interna de Israel), que tanto a oposição como o procurador-geral do Estado apelidaram de imprópria e manchada por um "conflito de interesses", dado que vários dos associados próximos do presidente estão a ser investigados pela agência pelos seus laços com o Qatar.

Além disso, a maioria das famílias dos reféns ainda mantidos em Gaza, assim como muitos dos sobreviventes que conseguiram abandonar o enclave, criticaram-no pela sua viagem enquanto ainda existem 59 israelitas no enclave, dos quais mais de vinte ainda estão vivos, de acordo com as estimativas militares israelitas.

Com LUSA