O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, aconselhou esta segunda-feira, no Porto, o primeiro-ministro a "concentrar-se" no que deve fazer, para responder às preocupações com a pobreza, com as desigualdades, e não deixar que este tema saia da agenda política.

José Luís Carneiro, que hoje se reuniu com o presidente da Rede Europeia Anti Pobreza, no Porto, foi questionado pelos jornalistas sobre as declarações de Luís Montenegro que, em entrevista à Antena 1, pediu ao PS que mostre "humildade democrática neste novo tempo político" e elogiou o Chega.

O líder socialista respondeu que "foi com tristeza" que verificou que, na apresentação do seu balanço do Governo, do Estado da Nação, esta prioridade - a pobreza - não tenha estado na agenda política do Governo.

"O que me deixou preocupado", disse, referindo que foi por esse o motivo que decidiu reunir-se com a Rede Europeia Anti Pobreza, no Porto.

O primeiro-ministro "tem que se concentrar nas respostas às necessidades das pessoas. Concentrar-se nas preocupações com a habitação, preocupar-se com uma resposta capaz na saúde, preocupar-se com os indicadores relativos à economia e preocupar-se com os indicadores da pobreza e das desigualdades, o que não é pouco", afirmou.

Perante a insistência dos jornalistas, José Luís Carneiro considerou que "não são precisos mais fatores de distração da opinião pública", sublinhando que o Partido Socialista "está onde sempre esteve".

PS vai propor soluções para situações de emergência como a de Loures

O secretário-geral do PS revelou ainda que irá apresentar esta semana soluções para responder a situações de emergência como as vividas no concelho de Loures, onde foram demolidas dezenas de barracas.

"As soluções de demolição dessas estruturas devem obedecer ao humanismo e à responsabilidade social. Eu não sou o primeiro-ministro, mas durante esta semana vou apresentar soluções para também responder às situações de emergência, como aquelas que têm estado a ser vividas em vários municípios da área de Lisboa", afirmou.

Questionado sobre a situação em Loures, o líder socialista considerou que todas estas soluções de construções precárias não são soluções de vida condignas e escusou-se a responder se mantém a confiança no presidente daquela autarquia, eleito pelo PS, Ricardo Leão.