
A Rússia entregou hoje os corpos de mil soldados à Ucrânia e recebeu em troca os restos mortais de 19 combatentes russos, no âmbito dos acordos assinados pelas delegações russa e ucraniana em Istambul.
"Em cumprimento dos acordos de Istambul, entregamos hoje mais mil corpos de soldados das Forças Armadas da Ucrânia à Ucrânia e recebemos 19 corpos dos nossos combatentes mortos para que possam descansar em paz na sua terra natal", anunciou o chefe da delegação russa para as negociações com a Ucrânia, Vladimir Medinsky.
As declarações, publicadas nas redes sociais, foram acompanhadas de fotos que mostram pessoas vestidas com trajes médicos brancos a carregar sacos mortuários em camiões frigoríficos.
Estas trocas foram programadas nas negociações entre a Rússia e a Ucrânia realizadas na cidade turca, a 02 de junho, que duraram pouco mais de uma hora.
Para além da negociação da troca de corpos de militares, foi estabelecido um acordo para a troca de prisioneiros gravemente feridos e menores de 25 anos, no formato "todos por todos".
Até à data, a Rússia, que avança na sua ofensiva de conquista de território ucraniano, tem tido mais facilidade em recuperar os corpos daqueles que morreram na linha da frente, enquanto as tropas ucranianas recuam.
Apesar disso, após a sexta troca de cadáveres, a Ucrânia alegou que teve de devolver vários corpos por se serem de soldados russos.
Outras irregularidades foram também relatadas no processo de troca, como o envolvimento de prisioneiros ucranianos que se encontravam na Rússia ainda antes do início da guerra na Ucrânia, em 2022.
No final de junho, o Kremlin (presidência russa) anunciou que só iria definir uma data para a próxima reunião das delegações após a conclusão das trocas de prisioneiros acordadas na segunda ronda de negociações na Turquia.
Na semana passada, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, corroborou a informação.
No entanto, nos últimos dias, Moscovo tem-se queixado repetidamente que cabe à Ucrânia definir uma data para a próxima reunião.
O repatriamento de corpos de militares e a troca de prisioneiros de guerra são as poucas áreas em que os dois países cooperaram desde o início da guerra, quando a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022.
Apesar da pressão do Presidente norte-americano, Donald Trump, a Rússia rejeitou os apelos de Kiev para um cessar-fogo, e os esforços diplomáticos parecem ter estagnado.