
O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, disse esta quinta-feira esperar que o parlamento aprove a redução do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS) para esta entrar em vigor a partir de setembro, como aconteceu em 2024 – embora desta vez coincidindo com as eleições autárquicas, que o próprio Governo tem o poder de marcar.
"Aquilo que nós fizemos no ano passado e que tentaremos fazer este ano é muito simples: nós vamos aprovar uma descida de IRS de cerca de 500 milhões de euros, abrangendo até o oitavo escalão inclusive, portanto, apenas o nono escalão fica de fora diretamente, [mas] indiretamente essas pessoas também são beneficiadas uma vez que o imposto é progressivo", disse Joaquim Miranda Sarmento.
Falando aos jornalistas portugueses à margem da reunião do Eurogrupo, no Luxemburgo, o ministro da tutela apontou que, "uma vez aprovada - assumindo que o parlamento aprovará -, a proposta de lei de redução do IRS, estes 500 milhões, será totalmente repercutida numa redução extraordinária da retenção na fonte".
"No ano passado foi em setembro e outubro. Este ano, se conseguirmos que a lei seja aprovada nesse prazo também tentaremos fazer nessa altura, [mas] se a lei for aprovada mais tarde, teremos que o fazer mais tarde", indicou. Miranda Sarmento apontou que "o tempo de decisão do parlamento é algo que obviamente já não é da responsabilidade do Governo".
A expectativa do executivo é então que a nova redução do IRS seja aplicada aos salários de setembro, como aconteceu em 2024.
No ano passado, a redução do IRS foi aprovada em meados de julho e, dois meses depois, entrou em vigor refletindo-se nas retenções na fonte dos salários e pensões
Há dois dias, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, defendeu na Assembleia da República que a redução de impostos é um "ato de justiça" e anunciou que o Governo vai apresentar a proposta de redução de IRS "nas próximas duas semanas".
A "diminuição dos impostos sobre o rendimento do trabalho é um ato de justiça para quem trabalha", bem como um "ato de retribuição pela capacidade e esforço do desempenho" dos trabalhadores, destacou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, durante o debate do programa de Governo, na Assembleia da República, em resposta a um pedido de esclarecimento do CDS-PP.
Luís Montenegro assegurou ainda que, nesta legislatura, o Governo vai continuar a trajetória de redução de impostos, lembrando que um dos objetivos do Executivo é reduzir o IRS até ao 8.º escalão, em dois mil milhões de euros até 2029, com uma redução de 500 milhões já em 2025.
Esta redução "terá um especial enfoque nos rendimentos mais baixos e na classe média", sinalizou o chefe de Governo, indicando ainda que a proposta vai ser apresentada "nas próximas duas semanas" e enviada ao parlamento.
O líder parlamentar do CDS-PP, Paulo Núncio, tinha enaltecido o facto de o Governo PSD/CDS-PP continuar a estar "comprometido na redução da carga fiscal", após o que apelidou de "asfixia fiscal socialista".