O ministro iraniano dos negócios Estrangeiros, Abbas Araghchi, anunciou hoje que vai a Genebra para participar de uma reunião, na sexta-feira, com os seus homólogos da França, Alemanha e Grã-Bretanha e a chefe da diplomacia da União Europeia (UE).

"Vamos reunir-nos com a delegação europeia em Genebra na sexta-feira", disse o ministro num comunicado publicado pela agência de notícias oficial iraniana IRNA.

França, Alemanha e Reino Unido - os três países europeus que faziam parte da antiga delegação 5+1 (os cinco países membros do Conselho de Segurança, onde se inclui os Estados Unidos, mais a Alemanha) que assinou em 2015 o acordo nuclear com o Irão - tinham proposto, no início desta semana, retomar as negociações sobre o tema do nuclear com Teerão.

Diplomatas europeus anunciaram depois, esta quarta-feira, que Paris, Berlim e Londres planeavam uma reunião em Genebra com Teerão, na sexta-feira, com a participação da Alta Representante para a Política Externa da UE, Kaja Kallas.

Depois da retirada unilateral dos Estados Unidos, por ordem de Donald Trump, em 2018, do acordo nuclear assinado em 2015, o Irão desvinculou-se gradualmente de algumas obrigações desse acordo e acelerou o enriquecimento de urânio muito para além do limite estabelecido.

Israel lançou um ataque sem precedentes contra o Irão em 13 de junho, alegadamente para impedir o avanço do programa nuclear iraniano, alegando que este visa fins militares, e atingiu centenas de instalações militares e nucleares e matando oficiais da mais alta patente e cientistas nucleares.

O Irão, que nega ter construído armas nucleares e reivindica o direito de enriquecer urânio para desenvolver um programa nuclear civil, ripostou com o lançamento de mísseis e drones contra várias cidades israelitas.

Os ataques dizimaram infraestruturas militares e nucleares do Irão, que tem respondido com vagas de mísseis sobre as principais cidades israelitas, incluindo Tel Aviv e Jerusalém, assim como várias instalações militares espalhadas pelo país.

Os números oficiais de mortos, incluindo civis, confirmados oficialmente nos primeiros dias, não são atualizados há vários dias em ambos os lados da frente da guerra, assim como não são divulgados objetivos militares atingidos.