
O Presidente da República sublinhou esta quarta-feira que não conhece a versão final da lei de estrangeiros, mas "há de chegar" às suas mãos. Sobre a lei hoje aprovada pelo Parlamento e que a coordenadora do Bloco de Esquerda quer ver vetada, adiantou que "como sempre receberei os partidos que queiram ser recebidos, sejam de esquerda ou de direita, e o que vou fazer é muito simples: vou olhar para a lei e ver se respeita a Constituição", afirmou , em declarações na cerimónia dos nos 50 anos da diocese de Santarém.
"Se não respeita, mando para o Tribunal Constitucional; se respeita, põe-se o problema de saber o conteúdo político, que vou examinar à luz desta ideia: era preciso uma lei, porque não podia continuar a situação de não regularização de centenas de milhares de pessoas há anos, por causa da extinção do SEF", disse Marcelo, acrescentando que a "segunda pergunta" é se a lei votada "representa um equilíbrio entre terminar com a situação insustentável que havia e cair no outro extremo".
"É uma lei que olha para a realidade não ideológica e percebe que a economia nalgumas circunstâncias precisa de imigrantes?", questionou Marcelo, dizendo que se tiver dúvidas quanto ao conteúdo devolverá a lei à Assembleia.
Marcelo Rebelo de Sousa falou também sobre as demolições em Loures: "O Presidente da República não tem nenhum poder sobe o poder local, mas o que eu penso é que os portugueses, como eu, gostariam de ter uma ideia exata do número de situações que existem, se realmente são ou não resolúveis de uma forma global, se é uma solução que é para o futuro ou é apenas uma solução pontual para o presente", disse, comentando as 160 pessoas desalojadas pela Câmara de Loures.
"É preciso saber quem são elas, se trabalham e descontam para a Segurança Social, há quanto tempo é que lá estão, por que o problema só se levantou agora", disse o PR, notando que estas perguntas têm de ser respondidas para "não se ficar com a sensação de que se tapa aqui, remenda acolá" sem que o problema global tenha solução.