"Acho que [Donald Trump] nem vai vir aqui, porque ele não quer o compromisso", disse o chefe de Estado brasileiro durante uma visita a Belém, cidade amazónica que vai acolher, em novembro, a COP 30.

"Quem quer o compromisso somos nós, que acreditamos na ciência", declarou, citado na imprensa local.

Numa das primeiras decisões enquanto Presidente norte-americano, Trump decidiu retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris.

Na quarta-feira, Lula da Silva considerou que a falta de compromisso norte-americano poderá comprometer a "salvação do planeta" e influenciar negativamente a tomada de decisão de outros países desenvolvidos.

"Pelo comportamento do Presidente americano, eu acho que vai ficar cada vez mais difícil os países ricos quererem se comprometer à salvação do planeta", disse Lula da Silva, durante uma entrevista à Rádio Diário FM, de Macapá, capital do estado amazónico do Amapá.

O Brasil preside este ano à COP30, num momento crucial para garantir medidas concretas para limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus celsius acima dos níveis pré-industriais, estabelecido no Acordo de Paris em 2015. 

O acordo prevê uma série de metas para a redução de emissões de gases com efeito de estufa, cuja implementação tem sofrido atrasos e resistências, ao mesmo tempo que o aquecimento global avança. Em janeiro, o centro europeu Copernicus informou que o ano de 2024 foi o mais quente da história e o primeiro a ultrapassar a marca de 1,5 graus celsius de aumento na temperatura média da Terra face os níveis pré-industriais.

A COP30 no Brasil terá de resolver questões relativas ao financiamento aos países em desenvolvimento que ainda estão pendentes e que, segundo especialistas de todo o mundo, se tornarão mais difíceis já que o atual Presidente norte-americano retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris num dos primeiros atos administrativos que assinou depois da posse, como já havia feito em 2017, durante o seu primeiro mandato.

MIM // MLL

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