Luanda começou hoje a regressar à normalidade, após três dias de paralisação dos taxistas que deram origem a violentos tumultos, pilhagens e confrontos, provocando 22 mortos, 197 feridos e 1214 detenções, segundo as autoridades.

Esta manhã, o trânsito fluía com regularidade, embora a presença policial continuasse visível nas principais vias da capital.

Na estrada da Via Expressa, que liga o Zango a Cacuaco, a circulação era tranquila. As bombas de combustível permaneciam com fraca adesão e algumas mantinham vigilância policial.

Os armazéns de comerciantes chineses continuam com proteção reforçada, com viaturas da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) a inspecionar mochilas e pastas de quem acedia aos estabelecimentos comerciais.

Também o movimento de rua voltava gradualmente ao ritmo habitual, com zungueiras e vendedores ambulantes contentes com o regresso à vida normal, apesar de os vestígios de destruição dos pneus queimados no asfalto estarem ainda visíveis.

Mototaxistas, assim como os populares azuis e brancos (táxis privados), voltaram a circular em maior número, enquanto se acumulavam pessoas nas paragens a retomar as suas rotinas, a caminho dos locais de trabalho.

Na Praça da Independência, mais conhecida como Praça 1º de Maio, ponto central da capital angolana, o trânsito estava esta manhã bastante menos intenso do que o habitual, dando quase a impressão de um fim de semana.

Os atos de violência registaram-se na sequência de uma paralisação convocada por cooperativas e associações de táxis, em protesto contra a subida do preço dos combustíveis e das tarifas de transporte público.

O Governo classificou os acontecimentos como “atos de vandalismo” e levou hoje ao Conselho de Ministros o ponto de situação dos distúrbios.

O balanço foi apresentado pelo ministro do Interior, Manuel Homem, que deu conta de 22 mortos, 197 feridos e 1214 detenções apenas na província de Luanda.

Também as empresas do sector comercial e da distribuição alimentar foram fortemente afetadas pelas pilhagens, com a Associação de Empresas de Comércio e Distribuição Moderna de Angola (ECODIMA) a considerar os acontecimentos um desastre.