O Livre vai manter o protesto e não ocupar os lugares na fila da frente do hemiciclo, por entender que o grupo parlamentar não tem condições para trabalhar com os deputados separados. E acusa o PSD e Chega de "arrogância" por terem dado aval à distribuição de lugares.

"Não estamos sentados como grupo parlamentar, somos, e para o qual, com os eleitos, temos a confiança de 250 mil pessoas, para funcionarmos como grupo parlamentar na maneira como estamos sentados num plenário por imposição do PSD e do Chega, com também a conivência do PAR, que escolheu tomar como sua a proposta dos lugares do PSD e não a proposta inicial do Livre e dos Serviços da AR. Isso prejudica claramente o trabalho parlamentar do Livre", afirmou a líder parlamentar, Isabel Mendes Lopes, numa conferência de imprensa no Parlamento, após a conferência de líderes.

Rui Tavares considerou que encontrar os deputados o Livre é como jogar ao "Onde está o Wally?" e queixou-se ainda da grelha de tempos nas comissões e dos lugares do partido na comissão permanente: “É uma estratégia de invisibilização reiterada e intencionada”, atirou Rui Tavares, defendendo que o Livre foi o partido que mais cresceu à esquerda e que é "mais prejudicado".

Antes, o porta-voz da conferência de líderes, o deputado do PSD Francisco Figueira disse que não havia nenhuma novidade sobre os lugares, sublinhando que o plenário da Assembleia da República “já deliberou quanto à distribuição dos lugares” e “fê-lo com uma maioria que foi expressiva” que é do "conhecimento público”.

Com esta posição, os deputados do Livre arriscam-se a não poder votar na AR, visto que ficou decidido em conferência de líderes que os parlamentares só poderão fazer login nos computadores e votar no plenário caso estejam sentados nos respetivos lugares. "Foi objeto de decisão na conferência de líderes a questão do apuramento eletrónico das votações: far-se-á a partir de agora, de acordo com os lugares atribuídos a cada um dos grupos parlamentares, naturalmente permitindo que cada deputado possa movimentar-se nesses lugares de acordo com o local que está atribuído a cada um dos grupos parlamentares", vincou.

O assunto já foi discutido por três vezes em conferência de líderes, sem PSD e Livre chegarem a consenso.