
O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, prometeu hoje um destino "amargo e doloroso" para Israel, após os ataques que mataram altos funcionários militares e nucleares iranianos.
"Com este crime, o regime sionista preparou um destino amargo e doloroso para si, e irá certamente recebê-lo", disse Khamenei, numa declaração publicada na Internet.
A principal autoridade política e religiosa do Irão notou ainda que o agressor vai receber um "castigo severo", mencionando a "natureza malvada" israelita com os ataques a áreas residenciais na capital iraniana.
Khamenei confirmou a morte de um número indeterminado de cientistas militares e nucleares no ataque e disse que os "sucessores retomarão imediatamente as suas funções".
Também o exército iraniano disse hoje que Israel e Estados Unidos vão receber uma "sonora bofetada" pelo ataque israelita que matou o comandante-chefe da Guarda Revolucionária do Irão e dois cientistas nucleares.
"Israel e os Estados Unidos receberão uma sonora bofetada", declarou o porta-voz das forças armadas iranianas, o general Abolfazl Shekarchi, em declarações divulgadas pelos meios de comunicação social do país.
Shekarchi garantiu que as forças armadas iranianas "vão responder em breve com contra-ataques, se Deus quiser".
O responsável afirmou ainda que Israel tinha como alvo áreas residenciais na capital iraniana, não fornecendo mais detalhes sobre a ofensiva israelita.
O ataque começou por volta das 03:30 locais (01:00 em Lisboa), quando se ouviram fortes explosões na capital iraniana, tendo-se propagado a outras zonas do país.
A dimensão dos ataques é desconhecida, mas os meios de comunicação social oficiais iranianos noticiaram a morte do comandante-chefe da Guarda Revolucionária do Irão, general o Hossein Salami, e de dois cientistas nucleares.
"O general Hossein Salami, comandante-em-chefe da Guarda Revolucionária, e vários comandantes foram mortos nos ataques do regime sionista", escreveram as agências IRNA e Tasnim, esta última ligada ao corpo militar de elite.
A IRNA também informou que um número desconhecido de civis foi morto em áreas residenciais no norte de Teerão.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, confirmou o ataque, classificando-o como uma operação para "contrariar a ameaça iraniana à própria sobrevivência de Israel" e que "continuará durante os dias que forem necessários para a eliminar".
Num vídeo divulgado após o anúncio do bombardeamento do Irão, Netanyahu afirmou que Israel atingiu "o núcleo do programa de enriquecimento nuclear do Irão".
"Hoje, os nossos soldados fortes e corajosos e o nosso povo estão unidos para nos defender contra aqueles que procuram a nossa destruição e, ao defender-nos, defendemos muitos outros e recuamos contra a tirania assassina", concluiu Netanyahu.
Entretanto, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, afirmou que "Israel tomou medidas unilaterais contra o Irão", em referência aos ataques contra Teerão, que o diplomata norte-americano disse que Jerusalém considera necessários "para a sua própria defesa".
"Esta noite, Israel tomou medidas unilaterais contra o Irão. Não nos envolvemos em ataques contra o Irão e a nossa primeira prioridade é proteger as forças dos EUA na região", notou Rubio.
O ataque ocorre no meio das negociações nucleares entre o Irão e os Estados Unidos, que começaram a 12 de abril e deveriam ter sido retomadas no próximo domingo, tendo agora sido suspensas.