
O plenário do parlamento madeirense iniciou, esta manhã, a discussão de um projecto de resolução que recomenda que o Governo regional estude a viabilidade da construção de uma segunda rampa para carga rolante e respectivo terrapleno de apoio por forma a viabilizar a ligação por ferry entre a Madeira e o continente.
“Madeira e Açores são as únicas regiões ultraperiféricas da Europa que não são servidas de ferry para passageiros e mercadorias, que as ligue de volta à Europa. O ferry é um transporte viável para introduzir concorrência no preço dos fretes do transporte marítimo de carga, encontrando-se para já materializado apenas em vários programas de governo, e com compromisso do Governo da República”, começou por referir Élvio Sousa, que lembrou que no Orçamento de Estado para o ano de 2025 o Governo da República comprometia-se a tomar as diligências necessárias para o lançamento de um concurso público internacional com vista à criação de uma linha marítima regular de transporte de passageiros e carga rodada de navio ferry entre a Região Autónoma da Madeira e o continente, promessa essa que ainda não foi cumprida.
No entender do líder parlamentar do JPP, “uma segunda rampa disponível, com respectivo terrapleno de apoio, constitui uma mais-valia para garantir mais autonomia aos ferries e uma maior flexibilidade de operação. Quem deseja que a operação se concretize, terá de dar esse passo, em termos de futuro”, argumentou.
Ora o projecto de resolução do JPP tem esse propósito de estudar a viabilidade de localização para a construção de uma segunda rampa, já que “o porto da Caniçal dispõe de uma rampa mas tem o constrangimento de não poder acomodar os ferries mais modernos quer pelo comprimento, mas acima de tudo pela boca máxima (máxima largura do navio), limitada a 22 metros, quando temos no mercado ferries com 30 metros de boca, ou mais”.
Segundo Élvio Sousa, “a experiência do passado mostra-nos a importância de uma ligação marítima ferry para a economia regional tendo, inclusive, em 2019, o presidente do Governo, Miguel Albuquerque, reunido com António Costa onde ficou estabelecido avançar com um estudo de mercado no sentido de avançar com a linha ferry entre a RAM e a Portugal Continental”. Contudo, até à data, não há qualquer informação sobre este estudo.
“Águas passadas não movem moinhos diz o ditado popular. Passemos à ação, e deixemos esta recomendação, de vital importância para a modernização dos transportes na Região, ao crivo da maioria”, apelou o mesmo deputado.