O maior partido da faz uma avaliação muito crítica do Orçamento e à forma como decorreram os trabalhos, na Assembleia Legislativa, durante esta semana. “Uma discussão com grande atraso, que já podia ter acontecido há, pelo menos, um mês, sobretudo para quem andou a pregar que era fundamental apressar a discussão do Orçamento.”

Élvio Sousa relembrou as palavras de Eduarda Jesus, que, com linguagem baixa, dirigiu palavras a deputados e deputadas. Apenas mais um sinal da atitude da maioria perante a oposição, o que passou pelo chumbo das propostas do JPP.

“O PSD e o seu CDS, agora acantonados numa espécie de alegoria da arrogância e soberba colectivas fizeram tábua rasa das propostas do JPP.”

“Os níveis de grosseria foram tão elevados que tivemos secretários regionais que destrataram deputados e vice-presidentes desta casa, com a impunidade e o silêncio, eu diria cúmplice, do presidente do Governo e de outros governantes.”

Élvio Sousa diz que o parlamento ficou manchado.

E, mais à frente, acrescentou: “O debate do Orçamento e Plano da Região para 2025 deixou claro o caminho do ‘orgulhosamente sós’ do Governo Regional e do PSD/CDS. Mostrou que a arrogância e a falta da humildade tomaram conta dessas cabeças.”

“A arrogância, a soberba, a sobranceria, tomaram conta da terminologia a granel do novo ‘dicionário do calão governamental’”.

“Este governo e alguns dos seus membros mal-educados, malcriados, grosseiros, incivis, terão de corrigir o seu caminho ou irão em direção ao abismo. Todo aquele que tolera insultos e infâmias e que não reage atempadamente e condena, é tão cúmplice e tão culpado como aquele que protagonizou tal comportamento”, concluiu dirigindo apontando no sentido de Albuquerque.

Antes, Élvio Sousa lembrou a rejeição das 34 propostas do partido nas áreas da saúde, habitação, fiscalidade, ambiente, educação, mobilidade, cultura, entre outras. Entres elas, conta-se a redução do um ponto percentual na taxa geral e intermédia do IVA, assim como a aplicação do diferencial da taxa de IRS semelhante à do IRC.

As críticas do JPP, sintetizadas por Élvio Sousa na sua intervenção final, foram, no que respeita a propostas ignoradas: saúde: criticou os tempos de espera e a ocultação de dados sobre listas, só obtidos após recurso ao Tribunal; habitação: denunciou a ausência de construção pública há dez anos e apresentou uma proposta (rejeitada) para aplicar o saldo de 134 milhões de 2024 na construção de habitação; pobreza e exclusão social: citou dados como 15,7% dos trabalhadores em risco de pobreza; 1 em cada 4 madeirenses está em risco de pobreza; agricultura: denunciou o quase aumento de 151% na água de rega, travado pela pressão do JPP.

Sobre a economia e o custo de vida, Élvio Sousa garantiu que o crescimento económico não se reflecte no bem-estar das famílias nem no aumento real dos salários.

O deputado disse haver medo, "por alguns" que estão no parlamento, de tomar medidas que se traduzam numa redução dos custos dos transportes marítimos.

Por outro lado, lembrou que o custo de vida elevado e a inflação regional acima da média nacional e pediu apoio efectivo ao tecido empresarial, à mobilidade interna e ao transporte marítimo, incluindo concorrência no sector e uma nova cadeia de supermercados para baixar preços.