"'Aberto Todos os Dias', de João Barreto Guimarães (Quetzal, 2023), é a obra vencedora da 4.ª edição do Prémio Literário Francisco de Sá de Miranda, promovido pela Câmara Municipal de Amares, através do Centro de Estudos Mirandinos -- CEM", refere a autarquia, em comunicado.

O Prémio Literário Francisco de Sá de Miranda tem o valor pecuniário de 7.500 euros e é promovido bienalmente pelo município de Amares, através do CEM, "com o intuito de homenagear e divulgar o poeta e humanista Francisco de Sá de Miranda, bem como incentivar a criação literária no domínio da poesia".

Citado no comunicado, o diretor do CEM diz que a obra (de um total de cerca de 200 a concurso) mereceu, por unanimidade, a distinção do júri.

"Pela sua capacidade de, usando uma linguagem muito acessível, enfatizar e valorizar os objetos do dia-a-dia que à primeira vista passam despercebidos, e extrair dessa objetualidade do quotidiano, novos sentidos, novas significações", frisa Sérgio Guimarães.

Para o diretor do CEM, a obra revela "na sua arquitetura compositiva, uma notória maturidade estética", através da qual João Luís Barreto Guimarães, "numa linguagem aparentemente de uso corrente e inclinação narrativa, mas moldada por uma fina ironia e por uma métrica invulgar, dá força e originalidade a um imaginário rico em objetos e presenças tangíveis de elevada sugestividade".

Igualmente citada no comunicado, a vereadora da Cultura do município de Amares felicita o também médico e tradutor pela atribuição do prémio, reconhecendo ainda o "valioso" trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelo Centro de Estudos Mirandinos em torno da figura de Sá de Miranda.

"E, neste caso em particular, o mérito do Prémio Literário Francisco de Sá de Miranda, defendendo que o futuro deverá continuar a passar pela aposta" neste galardão, "bem como em todas as iniciativas que promovam e homenageiem este grande vulto da poesia", defende Cidália Abreu.

"Aberto Todos os Dias" foi distinguido no ano passado com o Grande Prémio de Poesia António Ramos Rosa da Associação Portuguesa de Escritores (APE).

Prémio Pessoa 2022, João Luís Barreto Guimarães nasceu no Porto, em 03 de junho de 1967. Publicou o primeiro livro, "Há Violinos na Tribo", em edição de autor, em 1989.

Com mais de uma dezena de livros publicados, os primeiros sete deram origem ao seu primeiro volume de "Poesia Reunida", editado pela Quetzal em 2011.

Em 2016, lançou "Mediterrâneo", por esta editora, que conquistou o Prémio Nacional de Poesia António Ramos Rosa, de Faro, e foi publicado em Espanha, Itália, França, Polónia, Egipto, Grécia, Sérvia, Estados Unidos e Finlândia. Nestes dois países recebeu, respetivamente, o Willow Run Poetry Book Award 2020 e o Prémio de Poesia Tanssiva Karhu, de melhor livro estrangeiro de 2024.

Com "Movimento", de 2020, venceu o Grande Prémio de Literatura dst.

João Luís Barreto Guimarães é também médico e professor de Introdução à Poesia para estudantes de Medicina, no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, da Universidade do Porto.

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