O Exército israelita avisou este sábado os residentes da Cidade de Gaza de que devem dirigir-se para uma "zona humanitária" declarada por Israel mais a sul da Faixa de Gaza, antes do próximo ataque terrestre à região.

"Com efeito imediato, e para facilitar a saída dos residentes da cidade, declaramos a área [costeira] de Al-Mawasi [no sul da Faixa de Gaza] uma zona humanitária", lê-se numa mensagem em árabe "aos residentes da Cidade de Gaza e a todos os que lá se encontram", publicada nas redes sociais pelo porta-voz do Exército israelita, Avihai Adraee.

"Aproveitem esta oportunidade para se deslocarem sem demora para a zona humanitária e se juntarem aos milhares de pessoas que já foram para lá", acrescenta o texto.

A ONU estima que estejam cerca de um milhão de pessoas na região da Cidade de Gaza, alertando para um "desastre iminente" caso a ofensiva israelita contra a cidade se expanda.

O Exército israelita anunciou na quinta-feira que vai fazer, "nos próximos dias", um ataque contra edifícios altos na Cidade de Gaza antes de conquistar a cidade, argumentando que os prédios "se tornaram infraestruturas terroristas".

"Nos próximos dias, o Exército vai atacar estruturas que se tornaram infraestruturas terroristas na Cidade de Gaza: câmaras, centros de comando e observação, posições de atiradores 'snipers' e antitanques e complexos de comando e controlo", referiu, em comunicado, especificando que os edifícios altos serão alvos em particular.

Antes dos ataques, "serão tomadas várias medidas para minimizar ao máximo o risco de baixas civis, incluindo alertas direcionados, o uso de munições de precisão, vigilância aérea e inteligência melhorada", acrescentou.

O anúncio surge depois de o Exército ter afirmado na quinta-feira que já controla 40% da capital de Gaza, cidade que pretende ocupar na totalidade.