O Irão afirmou hoje que continua o seu comprometido com o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), apesar de ter suspendido a sua cooperação com a Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA).

"O Irão continua empenhado no TNP e no seu acordo de salvaguardas", declarou o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, no X, em resposta a uma mensagem publicada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão na mesma rede social, em que considerava uma "mensagem devastadora" o facto de o Irão ter aprovado uma lei que limita a sua cooperação com a AIEA.

Para Araghchi, "o apoio explícito da Alemanha aos bombardeamentos contra o Irão destruiu a ideia de que o regime alemão tem algo mais do que malícia contra os iranianos", acrescentou, afirmando ainda que o seu país irá gerir a cooperação com a AIEA através do Conselho Supremo de Segurança Nacional por "razões de segurança".

A lei promulgada pelo Presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, "não permite" que os inspetores da AIEA monitorizem as instalações nucleares, a menos que o país "garanta a segurança" das instalações, o que será decidido pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional.

Araqchi criticou o apoio "vergonhoso" da Alemanha aos ataques israelitas e norte-americanos às suas instalações nucleares, bem como a sua posição em relação a Gaza.

"Os iranianos já estavam desanimados com o apoio da Alemanha ao genocídio em Gaza, ao estilo nazi, e com o seu apoio à guerra de Saddam contra o Irão, através do fornecimento de materiais para a produção de armas químicas", acrescentou.

Perante a política de enriquecimento de urânio do Irão, os países ocidentais ameaçaram Teerão com a imposição de novas sanções.

Em 2015, o Irão firmou um acordo com a França, a Alemanha, o Reino Unido, a República Popular da China, a Rússia e os Estados Unidos no sentido da regulação do programa nuclear.

Em contrapartida, o acordo previa um abrandamento das sanções internacionais contra Teerão.

Já em 2018, Donald Trump, durante o primeiro mandato como chefe de Estado norte-americano, retirou os Estados Unidos unilateralmente do acordo - que Teerão cumpria, segundo a Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA).

Desde essa altura, Teerão aumentou as reservas de urânio enriquecido, material que pode ser usado no fabrico de armas nucleares.