
A investigação ao acidente envolvendo o Boeing 787 da Air India, a 12 de junho, ainda está a decorrer, mas o Serviço de Investigação de Acidentes com Aeronaves indiano (Aircraft Accident Investigation Bureau ou AAIB) definiu o movimento dos interruptores de controle de combustível como o principal foco dos trabalhos. A informação é avançada pelo website "The Air Current".
Segundo o portal especializado em aviação, esta decisão é resultado da análise dos gravadores de dados do voo e de voz integrados no avião. Até ao momento, não há indícios de problemas mecânicos ou de design relativos à aeronave ou aos motores. Outras hipóteses para a queda levantadas anteriormente foram uma possível contaminação do combustível ou a retração incorreta dos flaps (equipamento presente nas asas que é utilizado principalmente na decolagem e no pouso), mas não há provas que sustentem estas suposições.
Enquanto isso, segue o "The Air Current", não é possível excluir a possibilidade de ações impróprias, imprudentes ou intencionais que possam ter ocorrido antes ou depois da perda de impulso por parte do Boeing 787.
Os interruptores de controle de combustível costumam ser utilizados apenas no solo, uma vez que controlam o fornecimento de combustível para o motor. Caso sejam desligados, o motor da aeronave para de funcionar imediatamente. Outro uso possível é em momento de falha do motor durante o voo, permitindo assim o seu reinício manual. A análise completa de todos os movimentos destes interruptores pode demorar meses.
Nos próximos dias, espera-se que o relatório preliminar sobre o acidente seja enviado pela AAIB à Organização de Aviação Civil Internacional. De acordo com o regulamento deste órgão, o relatório preliminar deve ser produzido no prazo de até 30 dias após o acidente, ou seja, até esta sexta-feira.
O voo 171 da Air India foi o primeiro caso de queda de um Boeing 787. O acidente ocorreu menos de um minuto após a descolagem no dia 12 de junho e vitimou 241 das 242 pessoas que estavam à bordo.
Texto escrito por João Sundfeld e editado por João Pedro Barros