
O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou hoje, à chegada à Escócia para uma visita privada, que os países europeus estão a sofrer uma "invasão horrível" de imigrantes, que pode ser fatal.
"Esta imigração está a matar a Europa", afirmou Trump à imprensa na pista do aeroporto de Prestwick, perto de Glasgow, onde fez questão de reivindicar o sucesso do seu programa de detenção de imigrantes ilegais e deportações para os países de origem ou terceiros.
"No último mês ninguém entrou no nosso país, fechamos [as fronteiras] e tiramos [do país] muita gente má que [Joe] Biden (ex-presidente) deixou entrar - ele era um 'cabide'. Mas vocês estão a deixar que mesmo aconteça aos vossos países", afirmou Trump.
"Têm de parar esta invasão horrível que está a acontecer em muitos países da europa", adiantou, sem especificar a quais se referia.
Trump deixou ainda críticas às torres eólicas por "destruírem as paisagens" europeias.
Questionado sobre o processo do pedófilo Jeffrey Epstein, numa altura em que muitos apoiantes seus continuam indignados por as autoridades não terem divulgado uma suposta lista de famosos chantageados, Trump disparou contra os jornalistas que estão "focados em teorias da conspiração".
"O que vocês deviam estar a falar é que tivemos (executivo Trump) os melhores seis meses da história da presidência, segundo muita gente", afirmou.
Sugeriu mesmo que os jornalistas que queiram abordar o caso Epstein não falem de Trump, mas sim do antigo presidente Bill Clinton, do ex-presidente de Harvard e "dos amigos dos hedge funds" do milionário que morreu na prisão em Nova Iorque antes de ser julgado.
Trump foi amigo de Epstein durante décadas, mas cortou a relação no início dos anos 2000, por motivos não esclarecidos.
O Presidente norte-americano chegou hoje ao aeroporto de Prestwick para iniciar uma visita privada de quatro dias à Escócia, durante a qual visitará as duas estâncias de golfe de que é proprietário no país.
Após a chegada do Air Force One, testemunhada por uma multidão reunida perto do aeroporto, o líder republicano viajou para o seu resort em Turnberry, na costa oeste da Escócia, onde passará o fim de semana.
Trump receberá o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, na segunda-feira, e no domingo reunir-se-á com o presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
À chegada, afirmou que o acordo com o Reino Unido está concluído e que a reunião com Starmer será sobre outros assuntos, mas deixou no ar a possibilidade de conclusão de um acordo com Bruxelas.
"Com a União Europeia será o maior [acordo] de todos, se o fizermos", afirmou Trump.
Trump afirmou que a probabilidade de os EUA chegarem a um acordo comercial com a UE era de "50-50", à medida que se aproximava o prazo de 01 de agosto.
As tensões comerciais entre Bruxelas e Washington intensificaram-se com os anúncios de Trump de imposição de taxas à UE, que começaram por ser de 25% para o aço, o alumínio e os automóveis europeus e depois se tornaram também em tarifas recíprocas ao bloco comunitário, fixadas em 30% após um período de negociações.
A presidente da Comissão Europeia anunciou hoje o encontro com Trump, para discutir as tarifas de 30% aplicadas por Washington às importações europeias.
"Na sequência de uma boa conversa telefónica com o Presidente dos Estados Unidos, concordámos em reunir-nos no domingo, na Escócia, para discutir as relações comerciais transatlânticas e como mantê-las fortes", escreveu Ursula von der Leyen na rede social X.
O porta-voz do executivo comunitário para o Comércio, Olof Gil, confirmou na quinta-feira que a Comissão Europeia vai adotar uma lista de 93 mil milhões de euros com contramedidas a aplicar pela UE aos EUA a partir de 07 de agosto, caso não haja acordo até lá.
Bruxelas prefere uma solução negociada com Washington, tendo já proposto tarifas zero para bens industriais nas trocas comerciais entre ambos os blocos.
A Comissão Europeia detém a competência da política comercial da UE.