
O Governo da Austrália disse hoje que está a usar helicópteros para entregar alimentos a agricultores isolados em Nova Gales do Sul, onde as cheias causaram cinco mortos e danificaram pelo menos 10 mil propriedades.
Em comunicado, o Ministério da Agricultura explicou que, até sábado, foram realizadas 43 entregas de alimento para animais por helicóptero no estado mais populoso do país.
O Governo fez também quase 130 entregas de forragem de emergência por outros meios que não o aéreo e recebeu 15 pedidos de avaliação de animais e assistência veterinária, principalmente relacionados com animais abandonados devido às inundações.
O Ministério pediu aos cidadãos que solicitem a remoção de carcaças de animais e informem as autoridades dos animais mortos, algo "importante para reduzir os riscos para a saúde humana e animal decorrentes da propagação de doenças".
O Serviço Regional de Emergência australiano informou hoje que a situação melhorou nas últimas 24 horas, com a diminuição do número de alertas.
Por conseguinte, os esforços de hoje concentrar-se-ão no reabastecimento de mantimentos para as 32 mil pessoas que vivem em comunidades isoladas pelas águas das cheias.
As equipas de ajuda realizaram 550 avaliações de danos até ao momento, resultando em 115 casas e estabelecimentos comerciais declarados inabitáveis nas comunidades de Taree e Coffs Harbour.
As autoridades estimam que cerca de dez mil propriedades residenciais e comerciais tenham sido danificadas pelas cheias.
Também foram registadas inundações em bairros periféricos do noroeste da capital do estado de Nova Gales do Sul, Sydney.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, anunciou "apoio financeiro imediato" aos afetados.
As chuvas torrenciais trouxeram à região, em apenas três dias, o equivalente a seis meses de precipitação.
Do deserto árido à costa tropical, todas as zonas da Austrália foram atingidas por condições meteorológicas extremas nos últimos meses.
A temperatura média da superfície do mar em todo o país foi a mais elevada alguma vez registada em 2024, de acordo com a Universidade Nacional Australiana.
Águas mais quentes provocam mais humidade na atmosfera, o que leva a chuvas mais intensas.
O aquecimento global, provocado principalmente pela queima de petróleo, carvão e gás, é um fator que aumenta a força e a frequência dos desastres climáticos.