Vários elementos do grupo Hammerskins poderão beneficiar do perdão concedido no âmbito da visita do Papa a Portugal. O grupo foi condenado em 2022 por ataques de ódio. Contudo, à data dos factos, alguns dos condenados ainda não tinham 31 anos, e o Tribunal da Relação descartou recentemente a acusação de tentativa de homicídio contra duas das vítimas. Assim, ficam agora habilitados a ver reduzidas as penas de prisão, ao abrigo da lei da amnistia decretada por ocasião da visita papal a Portugal.

Ao todo, são 18 as vítimas identificadas dos ataques perpetrados pelos Hammerskins entre 2013 e 2017, ações violentas que deixaram marcas permanentes. Um dos homens ficou com os dentes partidos depois de ter sido agredido por suspeitarem que era homossexual. Outro, anos antes, foi vítima de um ataque de motivação racial, tendo ficado estendido numa poça de sangue na Estrada de Benfica, após ter sido espancado com socos, pontapés e agredido com uma chave de mudar pneus.

Mais de 20 indivíduos foram condenados em primeira instância, há três anos, por crimes de discriminação racial e sexual, incluindo tentativa de homicídio. No entanto, o Tribunal da Relação de Lisboa decidiu, no final de 2024, retirar a tentativa de homicídio a dois dos arguidos, segundo avançou o jornal Público.

Deste modo, vários dos Hammerskins poderão beneficiar da amnistia e ver as suas penas de prisão reduzidas, uma vez que, na altura dos crimes, não tinham ainda 31 anos e as penas aplicadas não ultrapassam os oito anos.

Ainda assim, crimes como discriminação, incitamento à violência e outros delitos mais graves não são abrangidos pelo perdão. Os condenados que tenham antecedentes criminais por crimes cometidos nos últimos cinco anos ficam igualmente excluídos.

De fora ficam seis arguidos que, pela gravidade dos crimes, não viram as penas reduzidas ou suspensas sequer em segunda instância. Estes recorreram para o Tribunal Constitucional, que, de acordo com o Público, decidiu este mês manter a decisão.