Um grupo armado atacou um veículo da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), na sexta-feira, e raptou uma trabalhadora humanitária sul-sudanesa, no sul do país, disseram hoje as autoridades locais à imprensa.

"O veículo foi emboscado entre as 10:00 e as 11:00 (08:00 e 09:00 em Lisboa), aproximadamente 9,6 quilómetros da cidade de Yei. Durante o ataque, Pita Rejoice, parteira do Centro de Cuidados Primários de Morobo, foi raptada pelos assaltantes armados. O seu paradeiro é desconhecido", disse à agência de notícias EFE o comissário do condado de Morobo, Charles Data Bullen.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou que "este não é apenas um ataque direto à assistência médica e ao trabalho humanitário, mas também uma ameaça à vida daqueles que arriscam tudo para salvar outros em condições difíceis" e exigiu "a libertação imediata e incondicional da profissional de saúde sequestrada".

O governo do condado de Morobo instou a segurança nacional do Sudão do Sul e outras agências relevantes a iniciarem "uma investigação urgente sobre o incidente e a trabalharem para garantir o regresso seguro de Rejoice".

Até ao momento, a organização não-governamental MSF não respondeu a esta informação.

Este ataque realça o agravamento da insegurança na região de Equatoria, onde as agências de ajuda humanitária e os civis são vítimas frequentes de emboscadas armadas, atividades criminosas e confrontos entre forças governamentais e grupos rebeldes.

Em junho passado, homens armados não identificados atacaram um centro de saúde apoiado pelos MSF em Morobo, levando material médico, o que forçou à suspensão temporária de serviços vitais.

As agências humanitárias que operam no Sudão do Sul têm alertado que o aumento da insegurança está a colocar em risco os serviços essenciais, especialmente nas zonas rurais de difícil acesso.